O hino que durou três Natais e um pouco mais

A história independente do Biafra foi curta em anos (de 30 de Maio de 1967 a 17 de Janeiro de 1970) e pesada em vidas: dois milhões de civis morreram, sobretudo à fome, 75% deles crianças. Durante décadas, o Governo nigeriano manteve o hino em silêncio com força bruta, desde o surgimento de novos grupos independentistas em 1999, o sol nascente voltou a dourar a música de Sibelius e a orgulhar biafrenses.

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Activistas biafrenses assinalam em 2017, na Costa do Marfim, os 50 anos da declaração de independência do Biafra LEGNAN KOULA/EPA

Quando o autor do hino desiste da causa e se volta contra a sua emergente nação que procura sobreviver a uma guerra desigual, não é desdenhável considerar isso como um sinal de que o Biafra estava condenado. Nnamdi Azikiwe “Zik”, veterano da luta anticolonial nigeriana (inspirador do movimento zikista), que tinha sido o primeiro Presidente da Nigéria independente, passou a rejeitar desde Agosto de 1969 os seus arrogos biafrenses e a reclamar a apropriação indevida do seu poema na criação do hino do Biafra.

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