Quando o património é arma política
A mudança de estatuto da Hagia Sophia de museu para mesquita representa um retrocesso? O historiador Santiago Macias não tem dúvidas de que “as modificações de uso de monumentos, determinadas de modo reativo e como forma de marcar uma agenda política, são sempre um recuo”.
A recente decisão turca de reconverter a basílica de Santa Sofia em mesquita é mais um capítulo na já longa história do monumento. De basílica para mesquita, depois museu, agora novamente mesquita. Esta última mudança causou comoção e protestos um pouco por todo o nosso mundo ocidental. A intenção fora expressa por Recep Tayyip Erdogan, em março de 2019, durante a campanha eleitoral para as eleições municipais. O tema nem sequer é recente. Há mais de 50 anos, o poeta islamista Necip Fazil Kisakurek protestava publicamente contra o estatuto de museu dado à antiga mesquita. E profetizava que o regresso ao passado seria uma questão de tempo. Não se enganou.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.