Erdogan “reconquista” Hagia Sophia
A reconversão da Hagia Sophia em mesquita é uma jogada nacionalista determinada pelas ambições políticas e regionais do Presidente Erdogan. Mas a esplendorosa basílica é muito mais do que um tema de disputa: as suas pedras, os seus pilares e os seus mosaicos encerram a complexidade de 1500 anos da História europeia e turca, das tradições cristãs e islâmicas. Para o historiador Procópio, a sua cúpula não parecia terrena mas suspensa do céu.
Na próxima sexta-feira, a basílica Hagia Sophia (ou Santa Sofia, Sabedoria Divina em grego), em Istambul, voltará a ser a ser uma mesquita. No dia 10, o Presidente Recep Tayyip Erdogan determinou por decreto a anulação do seu estatuto como museu passando a ser mais uma mesquita onde os fiéis muçulmanos poderão fazer as suas orações. Invoca uma “reconquista da soberania turca”. É um acto nacionalista, com repercussões geopolíticas. “A reconversão em mesquita da Hagia Sophia, símbolo de Istambul e maravilha da arte bizantina, é um momento histórico”, resume o jornalista turco Cengiz Candar. “É uma jogada do Presidente que revela as suas ambições, não apenas domésticas, mas regionais e, até, globais.”
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