A cidade desportiva do Sp. Braga vai ter um custo total de 33,5 milhões de euros (ME), revelou António Salvador, presidente do clube minhoto, durante a visita, esta sexta-feira, às obras da segunda fase do complexo. A primeira fase, concluída em 2017, que serve um universo de 700 atletas distribuídos pelos diferentes escalões de formação de futebol, custou 11 milhões de euros.

A segunda fase custará 22,5 ME: 17 ME para a construção do pavilhão multiusos e outras valências, mais 5,5 ME do Estádio Centenário, onde jogará a equipa B, e que ainda está em processo de licenciamento na Câmara Municipal de Braga. No total, o custo da cidade desportiva do Sporting de Braga atingirá 33,5 ME.

A reconversão da inacabada piscina olímpica, contígua ao Estádio Municipal de Braga, vai permitir ao clube albergar um pavilhão multiusos, com capacidade para 1030 espectadores, um museu, uma área residencial com 50 quartos, uma loja do clube, uma área administrativa, escritórios da SAD, áreas socais e de lazer, um refeitório, um restaurante, um ginásio, um parque de estacionamento para 250 lugares, entre outras valências.

“Este é um projecto emblemático e de regeneração urbana de uma estrutura que é um cancro numa zona tão importante da cidade”, afirmou Pedro Guimarães, arquitecto responsável pelo projecto. “É um grande desafio transformar uma piscina num pavilhão multiusos e numa área residencial, com escritórios e outras zonas desportivas”, afirmou Pedro Guimarães.

António Salvador prevê ter a segunda fase terminada até ao fim de 2021. “É um projecto que vai orgulhar os nossos sócios e será uma referência para a cidade e para o país”, assegurou.

O presidente da autarquia, Ricardo Rio, frisou a contribuição da câmara municipal (doação de terrenos para a primeira fase e concessão por 75 anos na segunda) “para que, ao fim de 100 anos, o Sporting de Braga tenha o seu primeiro património físico próprio”.

“Este era um projecto [da piscina olímpica, iniciado no executivo de Mesquita Machado, do PS] que representa um dos maiores esbanjamentos de dinheiros públicos de que há memória em Braga. Um projecto megalómano, que custaria 25 milhões de euros e, já depois de investidos quase nove milhões, foi completamente votado ao abandono. Só o Sporting de Braga se disponibilizou para assumir este encargo e é o clube que assume em pleno toda a despesa de investimento na cidade desportiva”, garantiu o social-democrata.

À margem da visita, António Salvador disse acreditar que o Sp. Braga ainda pode chegar ao terceiro lugar no campeonato, mesmo tendo desperdiçado a oportunidade de não depender de terceiros, ao empatar com o Belenenses SAD, antes do deslize do Sporting no Estádio do Dragão.

“Isto vai ser até ao fim, o importante é vencer o próximo jogo. Todos gostaríamos de conseguir esse objectivo. Digo claramente que acredito, apesar de não depender só de nós. Mas se fizermos o nosso trabalho, poderemos alcançar esse lugar”, afirmou o presidente dos bracarenses.

Salvador frisou o “ano muito difícil”, em que o Sp. Braga "teve cinco treinadores”, sem que o pudesse evitar face às saídas de Abel Ferreira (PAOK) e Rúben Amorim (Sporting), já que só Sá Pinto e Custódio foram dispensados pelo clube.

Salvador não revelou se o treinador Artur Jorge continuará na próxima temporada, tendo apenas aproveitado para responder à possibilidade de o central David Carmo poder protagonizar o próximo grande encaixe financeiro: “Para ser um clube rigoroso e sustentável, o Sporting de Braga tem que vender todos os anos. Formar e vender”, frisou, “como a grande maioria dos clubes pela Europa fora”.