O vírus, esse agente invisível da catástrofe

Chama-se Vírus Soberano? A Asfixia Capitalista o livro de Donatella di Cesare, uma filósofa italiana vastamente reconhecida e traduzida, que nesta sexta-feira estará à venda com o PÚBLICO. A obra, das Edições 70, irá para as livrarias durante o mês de Agosto. António Guerreiro, que fez a tradução para português, entrevistou a autora que o define mais como um livro jornalístico e político do que como um livro filosófico.

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Donatella Di Cesare Christian Mantuano

Donatella Di Cesare, professora de Filosofia na Sapienza – Universidade de Roma, é uma figura destacada e muito prestigiada da filosofia italiana contemporânea. A sua matriz é germânica. Foi na Alemanha, em Tübingen, que fez o doutoramento, e em Heidelberg foi aluna de Hans-Georg Gadamer. Professora convidada em diversas universidades alemãs, ocupou o cargo de vice-presidente da “Martin Heidegger-Geselschaft” (a “Sociedade Martin Heidegger”) e, na sequência da publicação dos chamados Cadernos Negros deste filósofo, escreveu dois livros importantes para a interpretação e elucidação do anti-semitismo heideggeriano: Heidegger e gli ebrei. IQuaderni neri (2014) e Heidegger & Sons. Eredità e futuro di un filosofo (2018). Com uma intervenção frequente em revistas e jornais italianos, tais como o Corriere della Sera, Il manifesto e L’espresso, Donatella Di Cesare reivindica para a filosofia uma dimensão interventiva, tema que aliás é objecto do seu último livro Sulla vocazione política della filosofia (2018). As consequências desta “vocação política”, sentiu-as na pele. Autora de livros sobre o Holocausto, sobre Israel e com intervenções públicas sobre questões judaicas, começou a ser ameaçada por grupos anti-semitas de extrema-direita por causa destes trabalhos. Teve direito a protecção policial durante três anos. Em 2018, Salvini retirou-lhe esse direito e isso tornou-se um “caso” com uma enorme repercussão pública.

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