Oito distritos do continente sob aviso laranja devido ao tempo quente

Alerta prolonga-se até ao final da tarde de sexta-feira, com as temperaturas máximas a poderem chegar aos 41 graus em Évora e Santarém. Os restantes distritos estão sob aviso amarelo. Mais de uma centena de concelhos de 14 distritos em risco máximo de incêndio.

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PAULO PIMENTA

Oito distritos de Portugal continental estão sob aviso laranja esta quinta-feira devido à previsão de tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Braga, Porto, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Évora e Beja vão estar sob alerta laranja a partir das 12h00 de quinta-feira e até às 18h00 de sexta-feira.

O IPMA colocou também os restantes distritos de Portugal continental sob aviso amarelo até às 18h00 de sexta-feira por causa do tempo quente.O aviso laranja indica situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas actividades dependentes da situação meteorológica.

O IPMA prevê para esta quinta-feira, no continente, tempo quente com céu pouco nublado ou limpo. Está também previsto vento fraco a moderado do quadrante leste, sendo por vezes forte nas terras altas até meio da manhã e a partir do final da tarde, soprando do quadrante oeste na região sul e na faixa costeira a norte do Cabo Raso durante a tarde.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 16 graus Celsius (em Bragança e na Guarda) e os 27 (em Portalegre) e as máximas entre os 32 (na Guarda e em Aveiro) e os 41 (em Évora e Santarém).

Mais de uma centena de concelhos em risco máximo de incêndio

As temperaturas elevadas colocam também mais de uma centena de concelhos de 14 distritos de Portugal continental (Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Viseu, Aveiro, Guarda, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro) numa situação de risco máximo de incêndio.

Segundo o IPMA, pelo menos até segunda-feira vai manter-se o risco de incêndio máximo e muito elevado em muitos concelhos do continente, por causa do tempo quente. O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo. Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Na quarta-feira, fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) disse à Lusa que todos os distritos de Portugal continental estão em estado de alerta especial laranja, o segundo mais grave de uma escala de quatro, devido ao elevado risco de incêndio rural. O estado de alerta especial laranja, que determina o reforço da monitorização e o grau de prontidão do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), significa que o grau de risco é elevado e que se está numa “situação de perigo, com condições para a ocorrência de fenómenos invulgares que podem causar danos a pessoas e bens, colocando em causa a sua segurança”.

Segundo a ANEPC, estão previstos para os próximos dias uma subida gradual da temperatura máxima, noites tropicais, baixa humidade relativa do ar e vento fraco a moderado. No aviso à população, a ANEPC recorda que, até 30 Setembro, é proibido fazer queimas e queimadas, usar fogareiros e grelhadores em todo o espaço rural, fumar ou fazer qualquer tipo de lume nos espaços florestais, lançar balões de mecha acesa e foguetes e fogo-de-artifício. A Protecção Civil refere ainda que é proibido fumigar ou desinfestar apiários e usar motorroçadoras, corta-matos e destroçadores nos dias de risco máximo de incêndio.

Durante esta semana, segundo o IPMA, a temperatura máxima deverá variar entre 30 e 35 graus Celsius no litoral, devendo atingir valores entre 35 e 40 graus nas regiões do interior. Também a temperatura mínima apresenta tendência para uma subida gradual, com valores que deverão ser superiores a 20 graus em grande parte do território continental, em especial no interior e no sotavento algarvio, e que são classificadas como noites tropicais.

De acordo com o IPMA, os valores de temperatura estão acima do habitual para a época do ano e esta persistência poderá levar a uma situação de onda de calor em diversos locais do país, em especial no interior. Na origem do tempo quente está um “anticiclone localizado a nordeste dos Açores, que se estende em crista até ao Golfo da Biscaia, em conjunto com um vale depressionário desde o norte de África até à Península Ibérica, origina o transporte de uma massa de ar quente do norte de África a qual será responsável pela persistência de valores elevados de temperatura ao longo da semana”.