Vacina da Universidade de Oxford testada em humanos com “resultados promissores”
Equipa está “absolutamente determinada” em conseguir uma vacina viável.
Os testes clínicos em humanos da potencial vacina contra a covid-19 que a Universidade de Oxford criou tiveram “resultados prometedores” e desencadearam a resposta imunitária que se pretendia, afirma nesta quinta-feira a imprensa do Reino Unido.
Os testes em humanos, que desde Abril envolveram cerca de mil voluntários sãos, permitiram aos cientistas concluir que o projecto de vacina gera anticorpos e células do sistema imunitário que podem enfrentar o novo coronavírus.
No entanto, ainda falta demonstrar que essa resposta imunitária combinada basta para evitar a infecção, salientam os investigadores, que mesmo assim consideram que o efeito conseguido é muito positivo.
O presidente da Comissão de Ética de Investigação de Berkshire, que aprovou os testes em Oxford e continua a acompanhar o trabalho dos investigadores, afirmou que a equipa está “absolutamente determinada” em conseguir uma vacina viável.
“Ninguém pode falar de prazos. As coisas podem correr mal, mas a realidade é que, em conjunto com uma grande empresa farmacêutica [a AstraZeneca], essa vacina poderia estar disponível em Setembro e é para esse objectivo que se está a trabalhar”, assinalou.
O ministro britânico da Saúde, Matt Hancock, referiu que os investigadores, entre os quais está uma equipa do Imperial College London, estão a tentar conseguir o “melhor cenário” possível para pôr em circulação uma vacina ainda este ano, mas admitiu que o mais provável é que a vacina só chegue em 2021.
“Também estamos a trabalhar em outras potenciais vacinas em todo o mundo, incluindo nos Estados Unidos da América, Alemanha e Holanda”, acrescentou Hancock.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 579 mil mortos e infectou mais de 13,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1676 pessoas das 47.426 confirmadas como infectadas, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em Fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.