Autarca de Bragança diz que Câmara pode pagar publicidade para responder à oposição

Em causa está a polémica em torno da venda de um terreno municipal 75% abaixo do preço da avaliação de mercado ao novo hospital privado de Bragança.

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Nelson Garrido

O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, alegou nesta quarta-feira que usou das competências que lhe estão atribuídas para responder à oposição com publicidade paga pela Câmara em vários jornais.

Em causa está a polémica entre a maioria social-democrata e a oposição socialista em torno da venda de um terreno municipal 75% abaixo do preço da avaliação de mercado ao novo hospital privado de Bragança, que tem na sociedade o presidente da Assembleia Municipal e conhecido dirigente do PSD, Luís Afonso.

Os vereadores do PS insurgiram-se contra o negócio e o presidente da Câmara recuou, anulando a venda, mas fez publicar em vários jornais uma página de publicidade que os socialistas consideraram “um autêntico abuso de poder”.

A publicação tinha o título “Câmara Municipal de Bragança esclarecimento” e referia-se à opinião de “alguns socialistas”, com algumas frases a começarem na primeira pessoa, mas sem assinatura.

O presidente da Câmara de Bragança, o social-democrata Hernâni Dias, alegou hoje, em declarações à Lusa, que, “no âmbito das competências que tem, que lhe estão atribuídas, entendeu utilizar os meios necessários para promover um esclarecimento público que também ele se afigurava como um esclarecimento de interesse público”.

“O presidente da Câmara prestou apenas um esclarecimento público sobre aquilo que tinha acontecido relativamente à decisão e à reversão dessa decisão no sentido de evitar qualquer dúvida, que surgiu na altura sobre este processo”, afirmou.

O autarca recusou fazer mais comentários sobre o assunto e diz que o foco do presidente da Câmara de Bragança não é “estar preocupado em qualquer tipo de comentário de qualquer força partidária, nomeadamente quando se trata apenas de comentários politiqueiros”.

Hernâni Dias considerou que “o esclarecimento é perfeitamente suficiente e cabal” e sublinhou que o assunto da venda do terreno municipal “está parado e é assim que se mantém”.