Frieze Londres 2020 só vai realizar-se em versão online
Feira de arte da capital britânica anuncia o cancelamento da edição deste ano, que deveria ocorrer de 8 a 11 de Outubro.
Sem surpresa, perante o que se tem observado com outros eventos internacionais de grande escala e a incerteza da evolução da pandemia da covid-19, a Frieze Londres anunciou o cancelamento da sua edição deste ano, agendada para decorrer de 8 a 11 de Outubro.
“Depois de termos consultado os principais envolvidos, lamentamos comunicar o cancelamento da Frieze Londres e da Frieze Masters, que iria realizar-se no Regent’s Park”, anunciou a organização dos dois eventos simultâneos em comunicado divulgado esta terça-feira.
Os “consideráveis desafios logísticos provocados pelo coronavírus” associados à falta de clareza da posição governamental perante a situação pandémica no próximo Outono foram os argumentos invocados pelos responsáveis, que, além das dificuldades logísticas, salientam também as restrições nas viagens impostas pelo Governo de Boris Johnson.
“Não temos outra alternativa se não cancelar. Simplesmente, não podemos pedir-vos para participarem [na feira] nestas condições”, disse a directora-geral da Frieze, Victoria Siddall, numa carta enviada aos galeristas – citada pelo The Art Newspaper –, e também assinada por Eva Langret, directora artística da feira, e por Nathan Clements-Gillespie, director artístico da Frieze Masters, o evento paralelo dedicado à arte desde a Antiguidade até ao século XX.
Em alternativa, e como já tinha acontecido com a Frieze Nova Iorque, em Maio, os galeristas e negociantes de arte que estavam inscritos na feira de Londres – e aos quais a organização devolveu já a taxa de inscrição – vão poder exibir e negociar as suas obras online. A Frieze lançou em Março o grupo WhatsApp do London Gallery Forum, que reúne já duas centenas de galeristas e os ajudou a enfrentar a situação quando viram a pandemia a obrigá-los a fechar os seus espaços e a interromper os seus negócios – sem saberem ainda, por exemplo, como refere The Art Newspaper, se a sua situação será contemplada no fundo de emergência de 1,74 mil milhões de euros para a cultura anunciado na semana passada pelo ministro Oliver Dowden.
Assim, na mesma data de Outubro, os 160 galeristas inscritos na Frieze Londres e na Frieze Masters vão usufruir de espaços virtuais com a chancela da feira e aí poder mostrar e vender as suas obras. “Embora não nos possamos encontrar pessoalmente nas feiras deste ano, esperamos poder dar continuidade à nossa colaboração e construir uma comunidade online”, diz a organização, prometendo, para muito breve, o anúncio dos detalhes dessa participação virtual.
Depois do cancelamento, em Fevereiro, da Art Basel Hong Kong e, em Junho, da Art Basel na Suíça – e também da ARCOlisboa, em Maio –, resta ainda a dúvida sobre a realização da Art Basel Miami Beach, nos Estados Unidos, que se mantém agendada para Novembro.