Confrontos na fronteira entre o Azerbaijão e a Arménia fazem pelo menos quatro mortos

Tensão perto do enclave de Nagorno-Karabakh tem vindo a subir nos últimos dias. Estados Unidos e Rússia pedem que Arménia e Azerbaijão retomem a via do diálogo.

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Bandeiras do Azerbeijão (esquerda) e da Arménia (direita) Reuters/Denis Balibouse

Pelo menos quatro soldados azeris morreram em confrontos com soldados arménios na fronteira entre o Azerbaijão e a Arménia, num conflito que se aguzidou nos últimos dias junto ao enclave de Nagorno-Karabakh.

Os confrontos, segundo a BBC, envolveram tanques e artilharia e ocorrerem na província de Tavush, localizado 300 quilómetros a norte do enclave.

A troca de tiros começou no domingo e tem-se intensificado desde então. Bacu e Ierevan acusam-se mutuamente pela escalada de tensão. Numa reunião de emergência na segunda-feira, o Presidente do Azerbeijão, Ilham Aliiev, exigiu que a “liderança política e militar assumisse a responsabilidade pelas provocações” na fronteira, enquanto o Governo arménio, pelo porta-voz do Ministério da Defesa, acusou Bacu de “utilizar artilharia para capturar posições arménias” e de “destabilizar a região”.

Arménia e Azerbeijão, duas antigas repúblicas soviéticas, têm-se envolvido em confrontos na fronteira entre os dois países, particularmente na região de Nagorno-Karabakh, um enclave reconhecido internacionalmente como pertencente ao Azerbaijão mas controlado por arménios apoiados pelo Governo de Ierevan.

Os dois países chegaram a envolver-se numa sangrenta guerra após a queda da União Soviético, mas em 1994 foi acordado um cessar-fogo para pôr fim ao conflito armado, no entanto, o estatuto político de Nagorno-Karabach não ficou resolvido e militares dos dois países envolvem-se, por vezes, em confrontos na fronteira.

Na sequência dos confrontos na região, o Departamento de Estado norte-americano condenou a violência na fronteira entre os dois países e apelou a que os dois lados “parassem imediatamente com o uso da força” e que “retomassem os canais de comunicação para evitar uma escalada de tensão”.

Juntamente com Rússia e França, os Estados Unidos fazem parte do Grupo de Minsk, um grupo de mediadores internacionais que tem monitorizado a paz na região.

No mesmo sentido de Washington, a Rússia demonstrou “preocupação” com a escalada de tensão, considerando-a “inaceitável”, e apelou a que os dois lados do conflito retomem as negociações, demonstrando disponibilidade para mediar o conflito.

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