Covid-19: mais duas mortes e 306 infecções em Portugal. Novos casos aumentaram na última semana

Foram detectadas 2489 infecções nos últimos sete dias, uma subida face à semana anterior: de 30 de Junho a 6 de Julho, foram registados 2417 casos de infecção. Desde o início da pandemia, morreram 1662 pessoas e recuperaram 31.065 em 46.818 casos identificados.

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Portugal registou esta segunda-feira mais duas mortes e 306 novos casos confirmados de covid-19. Desde o início do surto, já foram identificadas 46.818 infecções e morreram 1662 pessoas.

Os dados do relatório de situação diário divulgado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) dão conta de 254 novos casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, cerca de 83%% das infecções detectadas desde domingo.

Comparando com o boletim da segunda-feira passada, verifica-se um aumento no número de casos: a 6 de Junho, foram detectados 232 novos casos, para um total de 44.329 infecções (este número já tem em conta os 200 casos acrescentados nas actualizações dos boletins feitas pela DGS na sexta-feira). Na região de Lisboa e Vale do Tejo foram identificadas 195 infecções nesse dia.

Também se nota um aumento no número de novos casos numa semana: de 7 de Julho até esta segunda-feira, foram detectados 2489 novas infecções no país, uma subida face às 2417 registadas no período de sete dias entre 30 de Junho a 6 de Julho.

O boletim desta segunda-feira dá ainda conta de mais 158 pessoas recuperadas, subindo assim para 31.065 o número total no país. Subtraído o número de mortes e de pessoas recuperadas, há nesta altura 14.091 casos activos em Portugal, mais 146 do que no domingo.

Há 467 pessoas internadas (mais cinco), das quais 63 estão nos cuidados intensivos (menos uma do que no dia anterior). Se olharmos para os números de 6 de Julho, numa semana há menos 46 internados e nove infectados em unidades de cuidados intensivos.

António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, avançou esta segunda-feira em conferência imprensa que 96,7% dos casos activos de covid-19 em Portugal encontram-se a recuperar no domicílio e que 3,3% estão internados: 0,4% em unidades de cuidados intensivos e 2,9% em enfermarias.

Sabe-se também que a taxa de letalidade global da doença é de 3,5% e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 16,1%. Esta segunda-feira consta do boletim a morte de uma mulher na casa dos 30 anos, a terceira vítima mortal neste grupo etário (duas mulheres e um homem). O outro óbito a lamentar foi de um homem entre os 70 e os 79 anos.

António Lacerda Sales informou que existem actualmente cerca de 153 lares, ou seja, 5,5% de todas as estruturas residenciais para idosos do país, com casos de covid-19 em funcionários ou utentes. “Mantém-se a tendência de decréscimo, o que é um sinal de alento e motivação. Não desistimos de proteger os mais vulneráveis”, referiu.

Dados da covid-19 em Portugal estão a ser “aprimorados” para diminuir “ocorrência de erros"

Questionada sobre as freguesias da Área Metropolitana de Lisboa (AML) que não avançaram ainda para a situação de alerta, ao contrário do resto do país, Graça Freitas disse que a incidência de infecções, um dos indicadores que serve para medir a evolução da doença, é cerca de 120 casos por 100 mil habitantes, número que tem vindo a apresentar uma tendência decrescente mas ainda “sob observação”.

“Este número é um bocadinho mais elevado nas freguesias mais atingidas pela covid-19 e varia à volta de 125, 140, 145, 150 novos casos por 100 mil habitantes”, disse a responsável.

O relatório desta segunda-feira ainda não conta com a actualização do número de casos por concelho. De acordo com a DGS, os dados actualizados dos municípios deverão voltar a integrar o boletim esta terça-feira. O secretário de Estado da Saúde disse que que o Governo tem procurado “aprimorar” as ferramentas disponíveis para o reporte de dados de forma que a informação que dispõem seja o retrato mais fiel da situação no terreno.

“A pedido da DGS, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde encontram-se a fazer uma intervenção profunda sobre os sistemas de recolha e tratamento de dados epidemiológicos com o objectivo de reduzir as tarefas manuais, acelerando o processo diário de produção do boletim e também e diminuindo a possibilidade de ocorrência de erros. Só com transparência e rigor e com o contributo de todos conseguiremos vencer as sucessivas batalhas que este vírus nos vem colocando”, avançou António Lacerda Sales.

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que a melhoria da comunicação sobre os dados da epidemia (que vai, por exemplo, evitar casos duplicados) vai permitir uma maior rapidez do processo e alguma “segurança adicional”. Consequentemente, disse, isto vai permitir “libertar pessoas” para analisarem melhor a informação em tempo útil. A responsável não acredita, no entanto, que esta melhoria tecnológica leve a um aumento do número de casos.

Até domingo, Portugal contabilizava 1660 mortes e 30.907 recuperações em 65.512 casos confirmados de infecção. A actualização dos dados, levada a cabo a 10 de Julho, acrescentou um total de 200 novos casos aos registos diários entre os dias 30 de Junho e 3 de Julho. Todos estes casos foram na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Plano de preparação para o Inverno é “de grande profundidade"

 António Lacerda Sales fez esta segunda-feira uma actualização do reforço de recursos humanos feito desde Março nos hospitais portugueses. “Temos hoje mais cerca de 3900 profissionais de saúde nas nossas unidades de saúde”, avançou António Lacerda Sales.

Mais à frente, e questionado sobre este reforço, Lacerda Sales afirmou que estes contractos são a “termo resolutivo certo” e que são prorrogáveis e foram feito no âmbito daquilo que é a “autonomia dos conselhos de administração”.

Sobre um possível reforço de profissionais durante os meses mais quentes, o secretário de Estado da Saúde afirmou que, tendo em conta as necessidades de resposta “quer para o Verão, quer para o Inverno, com certeza que eles serão contratados”.

“Ao dia 7 de Julho, ainda não tenho a informação actualizada ao dia de hoje, mas ao dia 7 eram 3894 profissionais contratados, entre médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e assistentes operacionais. Há aqui uma possibilidade de expandir este número de contratações dentro daquilo que é o quadro legal e as necessidades durante o Verão e o Inverno”, afirmou Lacerda Sales.

Estes profissionais para hospitais e centros de saúde já estão a ser contratados e continuarão a ser consoante as necessidades. “Há um reforço das estruturas de unidades de cuidados intensivos que praticamente duplica e que temos como objectivo até ao final do ano [atingir] as 9,3 camas por 100 mil habitantes, o que exigirá cerca de 930 a 1000 camas de cuidados intensivos”, referiu ainda o responsável.

O responsável sublinhou que o plano das autoridades de saúde para o Inverno não passa só pelo reforço de recursos humanos, mas também pelo reforço da capacidade dos hospitais, da capacidade das unidades de cuidados intensivos, pela vacinação, pelo aumento da capacidade de testagem e pela própria preparação à resposta covid e não covid, algo que o secretário de Estado disse ser “preocupante” porque é preciso garantir ambas as respostas num eventual segundo surto.

Lacerda Sales disse ainda que o Governo tem reunido com as administrações dos hospitais para ajustar planos de contingência e que o plano de preparação para o Inverno é “de grande profundidade”.

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