José Luís Carneiro retira candidatura ao Conselho Superior de Defesa Nacional

Luís Patrão também anunciou que não voltará a ser candidato, em novas eleições, ao lugar no Conselho de Fiscalização das Secretas.

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José Luís Carneiro (PS) Nuno Ferreira Santos

O deputado e secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, informou na sexta-feira a bancada do seu partido que não pretende sujeitar-se de novo a votos para um cargo no Conselho Superior de Defesa Nacional, depois de ter falhado a eleição no mesmo dia. Carneiro precisava da aprovação de dois terços deputados presentes (228), mas só conseguir recolher 148 votos favoráveis (houve 73 brancos e sete nulos).

“Camaradas e colegas deputadas e deputados, quero agradecer-vos o apoio à candidatura que, por sugestão e convite da presidente do grupo parlamentar e do presidente da Comissão de Defesa Nacional, Ana Catarina e Marcos Perestrello, a quem agradeço a confiança, apresentei ao Conselho Superior de Defesa Nacional. Pese embora termos tido muitos mais votos do que os mandatos do PS, não foi o suficiente para a maioria de dois terços”, escreveu Carneiro numa mensagem telefónica enviada aos parlamentares da bancada socialista e confirmada pelo PÚBLICO.

“Já comuniquei à nossa presidente Ana Catarina para retirar a candidatura. E cá estarei para apoiar quem, com sentido de serviço público, esteja disponível para apresentar uma candidatura”, escreveu ainda, acrescentando que viu na candidatura “uma honra e um serviço”.

Além de José Luís Carneiro não ter sido eleito para o órgão de consulta do Presidente da República, também as duplas Luís Patrão (PS) e Joaquim da Ponte (PSD) e Jorge Lacão (PS) e André Coelho Lima (PSD) falharam a eleição para o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa e para o Conselho Superior de Informações, respectivamente. Pelo caminho, mas por apenas um voto (tiveram 150 votos a favor), ficaram também as eleições de Isabel Oneto e António Gameiro (PS), e Luciano Gomes (PSD) para o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informação Criminal.

Luís Patrão também já retirou a sua candidatura. No e-mail em que comunicou a decisão aos seus pares, citado pela Lusa no domingo à noite, Luís Patrão também agradeceu a “votação expressiva” na sexta-feira, “muito superior” ao número de parlamentares da bancada e “até à maioria absoluta da Assembleia da República”, mas assinalou que ficou abaixo dos dois terços que a lei exige.

O actual secretário nacional para a administração do PS, que já foi secretário de Estado da Administração Interna anunciou que retirou a sua “candidatura, deixando a outro/a a oportunidade de tentar conciliar mais apoios”.

Na sexta-feira, além de ter chumbado os candidatos ao Conselho Superior de Defesa Nacional, ao conselhos de fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa e do Sistema Integrado de Informação Criminal, e ao Conselho Superior de Informações, o Parlamento elegeu Francisco Assis para a presidência do Conselho Económico e Social e os juízes José João Abrantes e Maria da Assunção Raimundo para o Tribunal Constitucional.

A eleição para este tipo de órgãos exige uma maioria de dois terços e um acordo entre os dois maiores partidos, PS e PSD, que não foi suficiente nos casos referidos.

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