T. E. Lawrence: um homem bastante improvável
Quando chegam a Portugal duas edições simultâneas do épico Os Sete Pilares da Sabedoria, o seu autor permanece um enigma. Herói real, personagem de ficção, quem foi T. E. Lawrence, figura imortalizada no rosto e no corpo de Peter O’Toole? Ao longo de um século os biógrafos têm procurado resposta mas perdem na competição com o livro de Lawrence. Ele escreveu-se, fez de si um mito para depois se apagar como homem na sombra das suas próprias escrituras.
Aos 35 anos um homem cansou-se do seu nome. Não suportava ouvir, sempre que o chamavam, o ressoar de um passado que para uns era heróico e, para outros, carregava vergonha e traição. Esse homem incluía-se entre os que acreditavam na fraude que o nome simbolizava e decidiu chamar-se T.E. Shaw em vez de T. E. Lawrence. “Ele estava cansado do nome Lawrence — e achava-o demasiado comprido — em particular o nome ‘Lawrence da Arábia’, que se tornara um slogan romântico e um aborrecimento para ele. A adoração ao herói parece não apenas irritar Lawrence, mas, devido a uma crença genuína de que o seu objectivo fora uma fraude, fá-lo sentir-se fisicamente impuro.”
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