AR aprova voto antecipado e por mobilidade para as eleições regionais dos Açores
Voto antecipado e por mobilidade só era permitido nas eleições presidenciais, legislativas nacionais e europeias.
A Assembleia da República aprovou esta terça-feira um diploma que altera a lei eleitoral do arquipélago dos Açores para permitir o direito de voto antecipado e por mobilidade nas eleições legislativas regionais, que se devem realizar em Outubro deste ano.
O projecto-lei, com origem no parlamento dos Açores, foi aprovado por maioria, com a abstenção do Partido Comunista Português (PCP), Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), do CDS-PP e da Iniciativa Liberal e os votos favoráveis das restantes forças políticas.
O diploma que tinha sido subscrito pelos deputados do PS, do PSD e do Bloco de Esquerda, pretende incluir na lei eleitoral açoriana a possibilidade de os eleitores do arquipélago poderem exercer o seu direito de voto de forma antecipada e por mobilidade, algo que até agora era permitido apenas nas eleições presidenciais, legislativas nacionais e europeias.
No entanto, durante a discussão esta tarde na Assembleia da República, à semelhança daquilo que já tinha sucedido no parlamento regional, o diploma foi criticado por alguns partidos, sobretudo pelo CDS-PP, devido ao facto de estar a ser apresentado a três meses da realização das eleições legislativas regionais nos Açores.
“É infeliz pelo momento, pela forma e pelo conteúdo. Está um processo eleitoral em curso e já estamos em pré-campanha”, afirmou o deputado do CDS-PP João Almeida, admitindo, contudo, a importância desta alteração.
Por outro lado, tanto a deputada do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) Inês Sousa Real como o deputado do Bloco de Esquerda Pedro Filipe Soares destacaram a importância desta alteração na “desburocratização do processo eleitoral”.
No mesmo sentido, o deputado do PCP António Filipe sublinhou que se trata de “uma proposta que faz todo o sentido” e defendeu uma iniciativa “idêntica para a Assembleia Legislativa da Madeira”.
Também o deputado único do Chega, André Ventura, considerou que “o voto em mobilidade é fundamental”.
Já a deputada socialista Isabel Rodrigues sublinhou a importância deste diploma que irá permitir que os açorianos deslocados, inclusive estudantes e doentes internados, possam exercer o seu direito de voto.
A última intervenção coube ao deputado social-democrata António Ventura, que afirmou que esta alteração à lei eleitoral dos Açores “será fundamental para combater o flagelo da abstenção”.
É também proposta a criação de 18 mesas de voto antecipado em mobilidade no território do continente, a funcionar em cada câmara municipal da sede de distrito, nove mesas de voto nos Açores, a funcionar em cada ilha, e duas na Madeira, a funcionar uma na Câmara Municipal do Funchal e outra na Câmara Municipal do Porto Santo.
As eleições legislativas regionais nos Açores devem ocorrer em Outubro deste ano, mas o Presidente da República ainda não tenha definido a data para a sua realização.