Há 374 novos casos e mais 11 mortes — a maior subida em um mês
Esta sexta-feira foi registado o maior número de mortes desde 3 de Junho, dia em que também se contabilizaram 11 óbitos. Desde o início do surto, foram identificados 43.156 infectados, 1598 vítimas mortais e 28.424 recuperados.
Portugal regista esta sexta-feira mais 11 mortes por covid-19, um aumento de 0,7%, somando-se um total de 1598 vítimas mortais no país desde o início do surto. A subida é a maior desde 3 de Junho, dia em que também foram registados 11 óbitos em 24 horas. Desde então, o número diário de vítimas mortais só voltou a chegar à casa das dezenas a 5 de Junho (dez mortes). Há mais 374 pessoas infectadas, uma taxa de crescimento de 0,87% que eleva para 43.156 o número total de casos identificados em Portugal.
Dos novos casos, 300 (80,2%) são da região de Lisboa e Vale do Tejo, sendo que os dados desta sexta-feira são um agregado dos registos dos Agrupamentos de Centros de Saúde da região. Isto acontece porque “a não-notificação laboratorial no SINAVE LAB por um parceiro privado em 3 dias da semana em curso originou cerca de 200 notificações cuja distribuição ainda carece de análise”, nota o relatório de situação diário divulgado esta sexta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Mais 327 pessoas foram dadas como recuperadas, subindo assim para 28.424 o número de curados no país. Subtraído o número de mortes e de pessoas recuperadas, há nesta altura 13.134 casos activos em Portugal, mais 36 do que no dia anterior. A ministra da Saúde revelou, na conferência de imprensa desta sexta-feira sobre a evolução da pandemia no país, que há 7929 casos activos de covid-19 na região de Lisboa, o que significa que 60% das infecções actuais se registam nesta área.
Há 495 pessoas internadas, menos 15 do que na quinta-feira, das quais 72 estão nos cuidados intensivos (menos cinco). É a primeira descida no número de doentes hospitalizados desde 27 de Junho, quando também foram também registados menos 15 infectados em 24 horas.
A taxa de letalidade global é de 3,7%. Acima dos 70 anos, sobe para 16,2%, anunciou Marta Temido, a faixa etária em que se encontram cerca de 86% das mortes.
Sobre os lares de idosos, onde ocorreram “mais de um terço dos óbitos no país”, a ministra da Saúde referiu que está a ser equacionada a retoma de “alguns programas de rastreio de uma forma mais aleatória e dirigida aos trabalhadores destas instituições”. Além disso, estas residências vão ter visitas de “equipas conjuntas formadas pela saúde, pela segurança social e Protecção Civil, sempre que necessário e adequado, para um controlo permanente das boas práticas”, afirmou.
No total, 65% das pessoas infectadas estão recuperadas. A ministra deu ainda conta do número de surtos no país: 18 na região Norte, cinco no Centro, cinco no Alentejo e seis no Algarve.
A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a que soma o maior número de casos acumulados desde Março, com 19.956 infectados e 491 mortes. O Norte é a região com maior número de óbitos contabilizados, com 819 mortes em 17.624 casos totais, mais 40 nas últimas 24 horas.
Foram ainda detectados mais 16 casos na região Centro (total de 4137 casos e 248 mortes), dez no Algarve (649 casos e 15 mortes) e oito no Alentejo (507 casos e dez mortes). A Madeira e os Açores não têm registo de novas infecções.
Relativamente aos números por concelho, Sintra foi o município que registou a maior subida nas últimas 24 horas, com 62 novos casos (2815 infectados). Cascais (44 novos casos, total de 1041), Amadora (34 novos casos, total de 1773), Oeiras (17 novos casos, total de 838), Odivelas (16 novos casos, total de 1157) e Loures (15 novos casos, total de 1887) foram os restantes concelhos com maior número de casos identificados desde quinta-feira.
Lisboa, com um acumulado de 3584 casos desde o início do surto, é o concelho do país com mais infecções detectadas.
Os dados foram divulgados no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que faz uma actualização diária com a informação recolhida até à meia-noite do dia anterior.
Duas centenas de testes realizados no aeroporto de Lisboa
Quanto às regras nos aeroportos, Marta Temido referiu que o despacho sobre a circulação em transporte aéreo entrou em vigor a 1 de Julho e, nas últimas 24 horas, foram realizadas duas centenas de testes no aeroporto de Lisboa, que contou com o apoio do INEM e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
“Começámos pelo controlo da temperatura, mantivemos o cartão de localização do passageiro e agora com uma maior intensidade de circulação aérea estamos a aplicar as restantes medidas para algumas origens que nos inspiram mais cautela pela sua situação epidemiológica”, disse Marta Temido na conferência de imprensa desta sexta-feira.
A norma sobre procedimentos funerários foi concluída esta tarde e irá sair “nas próximas horas”, anunciou a ministra da Saúde. Também a norma sobre ares condicionados já foi publicada, acrescentou a directora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Questionada sobre não haver casos de infecção associados a transportes públicos, Marta Temido voltou a referir que nas “identificações de infecção que temos não há nenhuma associada a contágio em transportes”. “Não disse que os transportes não eram um foco de transmissão”, salientou a ministra na conferência de imprensa desta sexta-feira, acrescentando que há “uma probabilidade elevada” de transmissão.
Na quinta-feira, tinham sido registadas mais oito mortes e 328 novos casos de infecção em Portugal. Pelo mundo, há mais de 10,8 milhões de casos confirmados de infecção – dessas, 5,7 milhões recuperaram e 521 mil morreram. Os Estados Unidos e o Brasil são os países com mais mortes e mais infectados.