Moradores na Grande Lisboa estão a voltar aos transportes públicos: em Junho foram vendidos mais 41% de passes do que em Maio

Passageiros estão a regressar progressivamente aos transportes públicos. Em Junho, foram vendidos quase mais 100 mil passes do que em Maio.

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Miguel Manso

Ainda com 19 freguesias de cinco concelhos em situação de calamidade por serem o foco de maior preocupação de novos casos de infecção, quem habita na Grande Lisboa está a voltar aos transportes públicos. Em Junho foram vendidos na Área Metropolitana de Lisboa (AML) mais 98 mil passes em relação a Maio — um crescimento de cerca de 41%, totalizando mais de 334 mil passes vendidos. 

“Os números traduzem uma retoma significativa na utilização dos transportes públicos durante o mês de Junho, que vem na sequência do aumento já verificado em Maio, comparativamente a Abril”, nota a AML em comunicado. 

Ainda assim estes números continuam muito longe dos registados em período pré-pandemia. Se os compararmos com a média mensal de passes vendidos no primeiro trimestre do ano, em que foram vendidos 765 mil passes, os números de Abril, Maio e Junho, representam 9% (72.200), 31% (236.900) e 43% (334.300), respectivamente, desse valor.

Os transportes públicos na região de Lisboa, sobretudo os rodoviários que são assegurados por empresas privadas — algumas entraram em layoff —, têm estado debaixo de fortes críticas dos utilizadores, sobretudo aqueles que viajam nos primeiros da manhã e ao final da tarde. Queixam-se da falta de horários e da sobrelotação dos mesmos, o que impede que se mantenha o distanciamento social recomendado. 

Face a esta situação, na passada quarta-feira e depois de chegar a acordo com as empresas transportadoras, a oferta de transportes públicos, sobretudo de autocarros, foi reforçada, permitindo que a capacidade fique a 90% da que existia no período pré-pandemia

O reforço custará cerca de dez milhões de euros mensais, prevê a AML, que terão de ser suportados, primeiro pelos operadores e depois por este organismo, antes de chegarem as transferências via Fundo Ambiental e que estão previstas no Orçamento Suplementar.

A AML espera, por isso, que “esta tendência crescente de aumento de utilizadores se continue a verificar em Julho”.

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