Covid-19: China impõe quarentena a 400 mil pessoas depois de detectar surto em Hebei

Província fica a 150 quilómetros de Pequim, onde foram confirmados mais de 300 casos de SARS-CoV-2 desde meados de Junho.

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Em Pequim, mais de oito milhões de habitantes já fizeram o teste à covid-19 TINGSHU WANG/Reuters

No mesmo dia em que o mundo ultrapassou os dez milhões de infectados e as 500 mil mortes por covid-19, a China impôs uma rigorosa quarentena na região de Anxin, na província de Hebei, depois de terem sido diagnosticados 18 casos nas últimas duas semanas.

A quarentena entrou em vigor no domingo e vai afectar mais de 400 mil pessoas. As autoridades chinesas anunciaram que a região de Anxin, localizada a 150 quilómetros de Pequim, vai ficar “totalmente fechada e controlada” e todos os habitantes receberam ordens para ficarem em casa.

Só os trabalhadores dos serviços essenciais podem sair para trabalhar e apenas uma pessoa por agregado familiar tem permissão para sair de casa, uma vez por dia, para comprar comida ou medicamentos.

As medidas adoptadas no domingo, conforme nota o The Guardian, são semelhantes às restrições impostas na província de Hubei e noutras partes do país durante a fase mais crítica da pandemia, quando milhões de pessoas receberam ordens para ficarem em casa.

Depois de a covid-19 ter afectado a China em Dezembro de 2019, o país conseguiu controlar o número de novas infecções nos primeiros meses deste ano. Apesar de o número de novas infecções diárias não ser muito elevado, qualquer surto está a ser encarado com grande preocupação pelo Governo chinês, que tenta a todo o custo travar uma segunda vaga.

Segundo um comunicado das autoridades de Hebei, os residentes da província receberam indicações para “supervisionarem-se uns aos outros e cumprirem rigorosamente” as medidas impostas. Quem não obedecer às medidas, “enfrentará, de acordo com a lei, um tratamento severo por parte da segurança pública”.

A quarentena em Anxin surge duas semanas depois de as autoridades chinesas terem começado a apertar as medidas de segurança em Pequim, na sequência de um surto detectado no mercado de Xinfadi. Centenas de voos foram cancelados, escolas e espaços públicos foram encerrados, e as viagens não essenciais foram proibidas, na tentativa de conter rapidamente o surto.

Em Pequim, estão a ser realizados, em média, 450 mil testes por dia e quase oito dos 22 milhões de habitantes da capital já foram testados.

Desde meados de Junho, 314 pessoas foram diagnosticadas com SARS-CoV-2 em Pequim. A maioria dos 18 casos detectados em Anxin está relacionada com o surto no mercado de Xinfadi, na capital chinesa.

Localizada a 150 quilómetros de Pequim, Anxin não é uma região tão densamente povoada quanto o resto do país, o que leva as autoridades locais a estarem confiantes de conseguirem, com a quarentena imposta no domingo, controlar este surto rapidamente.

Desde o início da pandemia de covid-19, a China registou 84.757 infectados e 4641 mortos, segundo os dados da Universidade Johns Hopkins. 

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