Países europeus concordam em reabrir fronteiras a 14 países, deixando de lado EUA

Estados-membros da UE comprometem-se a respeitar lista dos países excluídos, podendo cada um apertar ainda mais as entradas e não deixar entrar viajantes de mais países.

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Aeroporto de Palma de Maiorca LUSA/CATI CLADERA

Representantes dos Estados-membros na União Europeia estão mais perto de ter uma lista definitiva de países aos quais deverão abrir as suas fronteiras a partir de 1 de Julho. A lista poderá ainda ser sujeita a alterações, mas as excepções parecem certas: países onde a pandemia está descontrolada, como EUA, Rússia, Turquia, Israel, ou Arábia Saudita estão fora daqueles cujos viajantes poderão entrar nos países da União Europeia.

Ao final da noite de sexta-feira, a lista, que ainda se admitia poder vir a sofrer alterações, deverá incluir a Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Japão, Nova Zelândia, Ruanda, Tailândia, Uruguai, Argélia, Marrocos, Tunísia, e Geórgia, Montenegro e Sérvia. O Reino Unido é ainda, durante o período de transição do “Brexit”, tratado como um Estado-membro.

Um caso especial, dizia o diário francês Le Monde, parece ser o chinês: viajantes vindos da China deverão poder entrar nos países da União Europeia, mas apenas se Pequim autorizar também quem venha da UE a entrar no país.

Alguns Estados-membros pediram mais tempo para analisar a lista, e esta poderia ainda sofrer alterações até à noite de hoje, diz o jornal francês. As discussões demoraram vários dias, e na sexta-feira a reunião prolongou-se pela noite fora. Espera-se que seja adoptada na segunda-feira.

A competência em relação às fronteiras está nas mãos dos governos nacionais, e durante a pandemia a actuação não foi marcada por uma especial coordenação, com muitos dos países a decidir por si, ignorando orientações que a Comissão tentou dar para ter uma actuação uniforme. A negociação desta lista resulta de um esforço das instituições europeias para ter critérios comuns e harmonização nas decisões, e esta teve, agora, a concordância dos países.

A lista não é, assim, de cumprimento obrigatório, mas os países concordaram em não aceitar os países excluídos, nota o diário Le Monde. Ou seja, alguns países poderão ter para si próprios uma lista ainda mais restrita, mas o contrário não.

Os critérios para países entrarem na lista de países considerados seguros são não só os números de infecções, capacidade de testes, regras de prevenção em vigor, como também a credibilidade da informação de saúde pública e outros indicadores.

A lista, acrescenta o New York Times, será revista a cada duas semanas, com a possibilidade de serem acrescentados mais países aos excluídos.

O diário americano diz que os responsáveis europeus tentaram ter estes critérios bem definidos para despolitizar a decisão e se proteger de pressões de países que estão a fazer pressão intensa para entrar na lista dos autorizados — incluindo os Estados Unidos.

Em relação a Portugal, os principais países da emigração portuguesa como Brasil ou África do Sul estão de fora, com a excepção do Canadá.

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