A jogar assim, o Benfica só será campeão por um acaso

“Encarnados” foram derrotados, no Estádio da Luz, pelo Santa Clara. Erros próprios justificam o desaire, o primeiro na história frente aos açorianos, em 11 jogos.

O Benfica voltou a desperdiçar pontos
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O Benfica voltou a desperdiçar pontos LUSA/MANUEL DE ALMEIDA / POOL
Momento do jogo entre o Benfica e o Santa Clara
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Momento do jogo entre o Benfica e o Santa Clara LUSA/MANUEL DE ALMEIDA / POOL
Zaidu festeja o seu golo contra o Benfica
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Zaidu festeja o seu golo contra o Benfica LUSA/MANUEL DE ALMEIDA / POOL
Rafa numa jogada individual
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Rafa numa jogada individual LUSA/MANUEL DE ALMEIDA / POOL
Bruno Lage, treinador do Benfica
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Bruno Lage, treinador do Benfica LUSA/MANUEL DE ALMEIDA/POOL

Será um mero acaso se o Benfica chegar ao título de campeão nacional de futebol esta época. A forma como os “encarnados” estão a jogar é deprimente e nesta terça-feira, no Estádio da Luz, frente ao Santa Clara, houve vários desses momentos. A consequência desta forma de estar em campo — que, aliás, já se verificava antes da paragem da I Liga —, foi uma derrota histórica frente aos açorianos por 4-3.

Depois de, na jornada anterior, ter conseguido recuperar pontos para o FC Porto e alcançado os “dragões” no topo da classificação do campeonato, o Benfica tinha, ontem, uma boa oportunidade para aumentar a pressão sobre o rival. Jogava em casa, antes do derby portuense e, em caso de triunfo, colocava três pontos de distância para os “azuis e brancos”. Mas nada disto pareceu ser suficiente para empolgar as “águias”.

Com Seferovic no lugar de Dyego Sousa na frente de ataque, a equipa voltou a não apresentar nem velocidade, nem criatividade nas acções ofensivas, vivendo quase exclusivamente das arrancadas de Taarabt.

Já na defesa, a intranquilidade é indisfarçável, em especial nos lances de bola parada, uma espécie de fantasma que passou a pairar por cima da cabeça da equipa de Bruno Lage.

Tudo isto ficou bem patente porque o Santa Clara foi um adversário que encarou a partida sem medo. Os açorianos começaram o jogo a pressionar junto à área benfiquista e foram os primeiros a estar perto de marcar por intermédio de Thiago Santana (12’).

E esta atitude rendeu um golo, mesmo antes do intervalo, quando Nuno Tavares perdeu a bola à entrada da área “encarnada”, permitindo que Anderson inaugurasse o marcador no fim de 45 minutos em que o Benfica teve zero cantos a seu favor e o Santa Clara cinco.

Penálti e reviravolta

Bruno Lage colocou então Vinícius e... Zivkovic em campo (o sérvio tinha jogado apenas 64’ esta época) e a equipa da Luz melhorou. Zivkovic foi para o flanco direito e passou a surgir entre linhas, oferecendo linhas de passe e hipóteses de tabela, desestabilizando a defesa açoriana. Os resultados foram quase imediatos com Rafa, após uma dessa jogadas a empatar.

Só que a defesa “encarnada” voltou a comprometer e, após um canto, Sanussi saltou mais alto que Rúben Dias e fez o 2-1 apenas seis minutos depois.

De novo em desvantagem valeu ao Benfica um canto, onde Vinícius se impôs, regressando aos golos na Liga seis jogos depois, com o brasileiro a bisar logo depois, elevando para 18 a sua contagem na prova.

Só que o Santa Clara não se rendeu e, após mais um lance de bola parada — desta feita um lançamento lateral — novo pânico na defesa benfiquista com Rúben Dias a abordar de forma atabalhuada a jogada e a tocar a bola com a mão. Penálti que Crysan não desperdiçou para fazer o 3-3.

Mas o pior ainda estava para chegar para os lisboetas. Em mais um lance mal solucionado pela defesa “encarnada”, Zé Manuel, já nos descontos, faz o 4-3 para os açorianos, acentuando uma crise inegável.

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