Criaram app sobre lotação das praias e são finalistas em concurso mundial

A Sandspace é uma das 15 finalistas da competição Apps For Good e foi criada por quatro estudantes portugueses da escola secundária Dr. Serafim Leite, em São João da Madeira. As votações estão abertas.

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A ideia surgiu numa chamada de Skype entre quatro amigos. Aborrecidos, questionavam-se como seria o Verão com a pandemia de covid-19. “Seria um pouco complicado ir à praia e ter de voltar para trás, um desperdício de tempo e de dinheiro”, comentavam. Nesse dia já longínquo de quarentena, estes jovens lançavam as bases para a app que se está a destacar numa das maiores competições mundiais de aplicações vocacionada para jovens estudantes. Estamos a falar da Sandspace, a única finalista portuguesa da Apps For Good UK

Chamam-se Bruno Dylan, Diogo Resende, Jorge Correia e Nuno Castro e são alunos da turma de 12.º ano de Programação da Escola Secundária Dr. Serafim Leite, em São João da Madeira. Em pleno confinamento, idealizaram e criaram esta aplicação gratuita que permite aos seus utilizadores conhecer os níveis de ocupação das praias, facilitando, assim, as decisões antes de sair de casa. 

Com a ideia na manga, os quatro pediram apoio à sua professora de Programação, Fátima Pais, que os encaminhou durante todo o processo. Mas desenvolver uma aplicação não é tarefa fácil: “Primeiro, temos de saber como transformar a ideia numa aplicação”, explica Nuno, numa videochamada com o P3. “Depois, temos de perceber o que é fundamental para os utilizadores, criar uma base de dados, dividir tarefas.”

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No início, a aplicação tinha “apenas 580 praias”, conta, por seu turno, Diogo, com a ocupação de cada uma a ser apresentada através de indicadores gráficos que seguem as cores dos semáforos — verde significa poucos banhistas, amarelo um número já considerável e vermelho que a lotação está no limite. São os contributos de quem está na praia que fornecem os dados sobre a ocupação do areal, que é então convertida numa cor. 

Terminada a primeira versão da app, os estudantes submeteram-na a vários concursos, mas não conseguiram colocá-la logo na Google Play Store, pois “tudo o que tenha referência à covid-19 tem de ter a tarimba da Direcção-Geral de Saúde ou da Agência Portuguesa do Ambiente”, explicita Fátima Pais. Porém, a APA cedo contactou este grupo de estudantes, estabelecendo-se assim uma parceria. “Nunca vi na administração pública tanta receptividade, foram fabulosos”, enfatiza a professora. Graças à parceria, a aplicação evoluiu, “abrangendo agora 865 praias”, realça Jorge.

Esta semana, os alunos, que sonham ingressar em Engenharia Informática no próximo ano, descobriram que a Sandspace era a única finalista portuguesa da competição internacional Apps for Good UK, um programa educativo tecnológico que desafia alunos e professores a desenvolverem aplicações.

“Não há palavras”, dizem todos. “É um sentimento inexplicável ver o nosso trabalho reconhecido a nível nacional e a nível internacional”, confessa Bruno, entusiasmado. E não querem deixar de agradecer a quem também os acompanhou: a directora da escola, Anabela Brandão, a directora de turma, Manuela Pinto, e o docente da Universidade de Aveiro, João Pina, o especialista em cibersegurança que ajudou a “proteger o servidor”.

Ao todo, há 15 equipas finalistas, distribuídas por cinco categorias, sendo que as vencedoras são anunciadas a 26 de Junho. Os jovens portugueses podem ainda ganhar o Prémio do Público, cujas votações já estão abertas. Em jogo, estão troféus e certificados. 

Texto editado por Amanda Ribeiro

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