A pausa de um bailarino que não pode depender do trabalho em Portugal
David Marques voltou de França para se fechar em casa. Enquanto esperava poder voltar a dançar, o coreógrafo e bailarino aplicou-se na luta por medidas de urgência no apoio aos artistas.
David Marques lembra-se de ver um espectador de máscara entre o público que acorreu às sessões em que estreou a sua última criação, Dança sem Vergonha, no Festival Cumplicidades. Estávamos no final da primeira semana de Março, os casos iniciais de covid-19 em Portugal tinham sido identificados há poucos dias e a ameaça de disseminação pelo país começava a sentir-se, mas era ainda uma realidade que se pressentia num futuro próximo, mais do que com raízes fundas no presente de então. “Ver essa pessoa no público parecia que já fazia sentido, mas ao mesmo tempo era estranho”, lembra o coreógrafo e bailarino ao PÚBLICO. Na sua cabeça, a descodificação do gesto desse espectador equivalia, na altura, ao provável regresso recente de um outro território que estivesse já a ser fortemente afectado pelo novo coronavírus.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.