Gravação inédita de concerto de Thelonious Monk em 1968 é editada em álbum
Num momento marcado pela tensão racial e social nos Estados Unidos, Palo Alto, um álbum inédito, ganha outra ressonância. Sai no dia 31 de Julho.
O concerto que o músico norte-americano Thelonious Monk (1917-1982) deu em 1968, numa escola em Palo Alto, Califórnia, e até agora inédito, vai ser editado em álbum em Julho, revelou a editora Universal Music.
Num momento de tensão social nos Estados Unidos, agudizada pela morte do afro-americano George Floyd, o álbum Palo Alto surge com outra ressonância.
O concerto aconteceu em 1968, ano em que foram assassinados o activista Martin Luther King Jr. e o senador Robert Kennedy, ano de “raiva e frustração” para os afro-americanos por causa da segregação racial, afirma a editora discográfica. A convite de um estudante, Danny Scher, branco e judeu, Thelonious Monk aceitou tocar numa escola secundária de Palo Alto, “perante uma assistência multirracial de alunos e residentes”, escreve a publicação Pitchfork.
A Universal Music considera que, em 1968, o concerto ajudou “a unir temporariamente uma cidade dividida pelo racismo”. As gravações desse concerto ficaram guardadas até hoje e o filho de Monk descreve-as como “um dos melhores registos ao vivo” do pianista, protagonista do bebop, que morreu em 1982.
Palo Alto, que sairá a 31 de Julho, contém 47 minutos de um concerto de Thelonious Monk em quarteto, acompanhado pelo saxofonista Charlie Rouse, o contrabaixista Larry Gales e o baterista Ben Riley.