Apoiantes de Bolsonaro pedem intervenção militar em frente à sede do Exército

As manifestações contra o parlamento e o Supremo Tribunal têm sido constantes na capital brasileira.

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Manifestação pró-Bolsonaro em Brasília, neste domingo Reuters/ADRIANO MACHADO

Cerca de 250 apoiantes do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, manifestaram-se neste domingo em frente à sede do Comando Geral do Exército, em Brasília, para pedir uma “intervenção militar”. Exibiram cartazes a dizer “SOS Forças Armadas”, “Intervenção militar com Bolsonaro no poder” e “Nova aliança anti-comunista”, segundo relata a agência espanhola Efe.

Os simpatizantes de Bolsonaro mudaram-se para o quartel-general do Exército depois de o Governo ter decidido encerrar ao público a Esplanada dos Ministérios, para evitar aglomerações devido à pandemia de covid-19.

A Esplanada dos Ministérios, uma ampla avenida no centro da capital brasileira, onde estão concentrados os edifícios do poder público, tem sido nas últimas semanas palco de protestos, em grande parte a favor do chefe de Estado.

Nesses actos, descritos como “anti-democráticos” pela oposição e em que Bolsonaro tem participado, pede-se o “encerramento” do parlamento e do Supremo Tribunal.

Bolsonaro, capitão de reserva do Exército e líder da extrema-direita brasileira, mantém um braço de ferro com alguns poderes legislativos e judiciais, que suspenderam ou alteraram algumas das medidas mais polémicas, como a liberação de armas à população civil.

No sábado, um grupo autodenominado “300 do Brasil”, formado por cerca de 30 pessoas extrema-direita investigadas por divulgar notícias falsas na Internet, protestou novamente contra esses dois poderes em Brasília.

O grupo lançou fogo-de-artifício em direcção à sede do tribunal e fez ameaças a alguns magistrados. Antes, os manifestantes dirigiram-se ao Congresso e ocuparam a cúpula do edifício por alguns minutos com os gritos de “Intervenção militar”.

Este grupo montou há algumas semanas um acampamento na Esplanada dos Ministérios, mas o Governo decidiu fechá-lo porque violava as restrições impostas contra a covid-19.

Os protestos deste domingo fazem parte de um novo dia de manifestações convocadas pelos apoiantes de Bolsonaro, bem como pelos seus os opositores.

O Brasil é o país lusófono mais afectado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infectados e de mortos (mais de 850 mil e 42.720, respectivamente) depois dos Estados Unidos.