Arte xávega: tanto trabalho por tostões
Nesta altura o preço da sardinha é um clássico, mas passados os santos populares ninguém quer saber do assunto. A Fugas acompanhou vários lançamentos da companha de Mário Raimundo na Costa de Caparica e viu quanto é que facturou num dia para remunerar 18 pessoas.
Volta não volta, o país acorda chocado com os preços dos combustíveis, com as comissões bancárias ou com o desejo das câmaras municipais taxarem sobre tudo quanto mexe, mas nunca se viu por cá um ligeiro sobressalto cívico contra o sistema de formação dos preços do peixe em Portugal – o peixe pelo qual temos um orgulho tremendo. Sim, nesta altura o preço da sardinha é um clássico na comunicação social, mas passado o Santo António, o São João e o São Pedro, ninguém quer saber do assunto. Os consumidores aceitam como normal, por exemplo, que um quilo de carapau seja arrematado em lota por um euro o quilo (por vezes menos) e termine numa banca próxima a 5,50€, 6€ ou 7€ o quilo. Nestes casos o consumidor não se revolta. Encolhe os ombros e compra o peixe porque precisa e gosta. E não se fala mais nisso. (Já agora, registe-se que a cavala, na semana passada, foi paga ao armador a 0,25€ o quilo).
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