Volta a ser possível tomar banho nos ginásios, mas com precauções

Os cacifos, cabides, chuveiros, cabines de duche e instalações sanitárias devem ser limpos “após cada utilização” e o espaço deve estar organizado de forma a que haja distanciamento físico de pelo menos dois metros entre os utilizadores, estipula a Direcção-Geral da Saúde.

Foto
ADRIANO MIRANDA

Tomar banho nos ginásios e noutros espaços de actividade física ou desporto voltou a ser possível a partir desta sexta-feira. A Direcção-Geral da Saúde (DGS) actualizou a orientação de 29 de Maio que proibia a utilização dos balneários neste tipo de espaços e permitia apenas o acesso aos cacifos e às casas-de-banho, de forma a evitar eventuais contágios pelo novo coronavírus.

Após a reabertura dos espaços de actividade física no início deste mês, a Associação de Ginásios e Academias de Portugal reclamou que a interdição do uso dos balneários fosse levantada, argumentando que constituía um “forte condicionamento” ao regresso dos utilizadores.

Apesar de continuar a recomendar aos utentes que evitem usar os balneários e chuveiros caso disponham de alternativas, a DGS vem agora permitir a utilização destes espaços, mas estipula uma série de regras estritas. Os cacifos, cabides, chuveiros, cabines de duche e instalações sanitárias devem ser limpos “após cada utilização” e o espaço deve estar organizado de forma a que haja distanciamento físico de pelo menos dois metros entre os utilizadores, frisa a DGS.

Não devem ainda ser disponibilizados bebedouros, optando-se “por dispensadores de água para enchimento de recipiente individual, sem tocar no bocal”, nem aparelhos de secagem das mãos, “privilegiando o uso de toalhetes de papel descartáveis”. Também não é permitido o uso de secadores de cabelo.

Na actualização desta orientação, a DGS recomenda novamente a marcação online de aulas e treinos e a “não retoma de sessões de grupo dedicadas a grávidas, idosos ou pessoas com doenças crónicas”, pelo “risco acrescido que estas populações parecem apresentar”. Também devem permanecer encerradas as saunas, banhos turcos, hidromassagem, jacuzzi e equipamentos similares.

“Relativamente à organização do espaço, devem ser cumpridas as medidas de distanciamento físico, nomeadamente o distanciamento de pelo menos dois metros entre pessoas em contexto de não realização de exercício físico”, como recepção, espaços de circulação, entre outros, ou “de três metros entre pessoas durante a prática de exercício físico”, lê-se igualmente na orientação.

Distanciamento de três metros

Já o número de participantes nas aulas de grupo deve ser reduzido para se garantir o “distanciamento físico de pelo menos três metros entre praticantes”, tendo em conta “a disposição e movimentos das pessoas ao longo das sessões”. Também nas sessões de treino ao ar livre devem privilegiar-se “espaços com pouca movimentação de pessoas e garantir o distanciamento físico de pelo menos três metros entre praticantes”.

Noutro âmbito, a DGS reforça igualmente que continua a não ser permitida “a presença de público nos eventos desportivos, devendo reduzir-se ao mínimo o número de envolvidos em cada evento, de acordo com a legislação em vigor”, gorando, por enquanto, as pretensões de muitos agentes do futebol, que têm manifestado o desejo de voltar a ter adeptos nas bancadas dos jogos da I Liga.

Nesta revisão, a DGS incluiu ainda a organização de competições desportivas de modalidades individuais sem contacto e ao ar livre, recomendando a avaliação do risco, considerando “factores tais como número de participantes (atletas, staff, equipas técnicas, etc.), localização da competição, e distanciamento entre atletas, entre outros”.

“Deve ser elaborado um manual de competição descritivo e específico da competição (incluindo o estabelecimento de circuitos de acesso diferenciados para atletas/staff, equipas de arbitragem e demais elementos, bem como o estabelecimento de horários desfasados que permitam evitar a aglomeração de praticantes no mesmo espaço)”, acrescenta. com Lusa

Sugerir correcção