PCP condena vandalismo, CDS culpa extrema-esquerda e Chega quer equipa de dissuasão

Comunistas acreditam que actos “servem objectivos reaccionários”. Centristas culpam “a mão cobarde de uma certa extrema-esquerda que não dá a cara”. E Chega pede equipa que envolva várias polícias.

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Estátua foi vandalizada no domingo Nuno Ferreira Santos
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Entretanto, Câmara de Lisboa limpou o momumento Nuno Ferreira Santos
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Estátua do Padre António Vieira Nuno Ferreira Santos

O PCP, CDS e Chega reagiram à vandalização do monumento ao Padre António Vieira, na quinta-feira, cada um à sua maneira. Os comunistas defenderam “a condenação do acto em si”, acrescentando que estes conflitos “só servem objectivos reaccionários”. Os centristas compararam o vandalismo a terrorismo dos talibãs e do Daesh. E o Chega entregou um requerimento a pedir ao Governo que crie “uma equipa policial especial de dissuasão”.

“Importa não permitir que este acto sirva para animar e inculcar na sociedade portuguesa um clima de conflitualidade racial sem sentido, iludindo o que o colonialismo representou do ponto de vista económico e de classe em toda a dimensão”, escreve o PCP em comunicado. O partido acrescenta ainda que se impõe “combater os fenómenos racistas e xenófobos e que, para isso, é importante garantir direitos económicos e sociais para todos, independentemente da sua etnia e nacionalidade”.

Os comunistas não deixam de acrescentar que “a vandalização do monumento ao Padre António Vieira exige a condenação do acto em si, assim como da sua utilização para exacerbar sentimentos de conflitos que só servem objectivos reaccionários”.

Força policial especial

Já esta sexta-feira à tarde, o Chega deu entrada na Assembleia da República de um requerimento em que questiona António Costa e Eduardo Cabrita sobre “que medidas estão a previstas no sentido de reprimir e prevenir este tipo de acções”. O partido considera ser de igual importância "saber se está o Governo disposto a criar uma equipa policial especial de dissuasão deste fenómeno que envolva várias polícias e que permita a acção rápida e sem dar hipótese de réplicas.” 

André Ventura afirma que os autores do vandalismo são “marginais” inspirados em “movimentos internacionais completamente alheios à realidade nacional” que insistem num ataque à memória colectiva, “perpetrando acções vergonhosas” contra a História de Portugal.

Os vândalos à porta

Do lado do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos ofereceu-se logo na quinta-feira para limpar a estátua, o que entretanto foi feito pela Câmara de Lisboa, e assumiu que é “urgente dar resposta aos vândalos e fazer com que a lei e a ordem se cumpram”.

“Não há diferença alguma entre a dinamitação dos Budas de Bamiyan pelos Talibãs, da destruição do museu de Mossul e de Palmira pelo Estado Islâmico, e a onda de vandalismo e terrorismo cultural que parece ter agora chegado a Portugal, pela mão cobarde de uma certa extrema-esquerda que não dá a cara”, acrescentou numa mensagem enviada à comunicação social.

Para Rodrigues dos Santos, “estes destruidores de estátuas” não se movem por “qualquer intuito de debate”, mas sim pela cultura do ódio e pela ignorância. “Há que defender a História portuguesa, protegendo-a dos manipuladores e do terrorismo cultural.”

Sobre o Padre António Vieira, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou ser “o maior vulto português do século XVII, o imperador da língua portuguesa e o apóstolo do Brasil, (...) português e mestiço”.

O eurodeputado Nuno Melo também foi rápido a reagir no Twitter. “O Bloco de Esquerda já condenou o acto de vandalismo anormal, bronco e ignorante, daqueles que vandalizaram a estátua do Padre António Vieira?”, questionou. Um dos seus seguidores partilhou depois uma imagem da SIC onde se lê que o “BE prefere não comentar”.

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