ANA garante que mantém aeroporto do Montijo e Costa fala em “sinal de confiança”

Primeiro-ministro afirmou esta sexta-feira que o grupo dono da ANA, a Vinci, mantém os planos para o Montijo e que isso representa um “sinal de confiança no futuro da economia portuguesa”.

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António Costa visitou o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O primeiro-ministro defendeu esta sexta-feira que a intenção da multinacional francesa Vinci, dona da ANA – Aeroportos de Portugal, de manter o plano de investimento para a construção do novo aeroporto do Montijo representa um sinal de confiança no futuro da economia portuguesa.

António Costa falava no final de uma visita ao aeroporto internacional de Lisboa, já depois de o presidente da Vinci, Nicolas Notbaert, ter declarado que, apesar da situação de crise no sector por causa da pandemia de covid-19, a multinacional tenciona manter todos os investimentos que projectou para Portugal, incluindo o novo aeroporto do Montijo.

Para o primeiro-ministro, essas palavras do empresário francês representaram “um gesto de confiança no futuro do país, em particular no sector do turismo e no conjunto da economia”.

“Num momento de grande incerteza, quando a esmagadora maioria dos aviões está em terra e quando o tráfego aeroportuário caiu de forma radical, o compromisso firme da Vinci de afirmar que se vai mesmo avançar com a construção do novo aeroporto no Montijo é um gesto de confiança no futuro do país”, reforçou.

“O futuro será seguramente diferente daquilo que foi o passado, mas o futuro vai contar com o novo aeroporto do Montijo. Esse gesto de confiança é da maior importância”, insistiu António Costa, tendo a ouvi-lo o presidente da ANA, José Luís Arnaut e os ministros da Economia, Pedro Siza Vieira, e das Infra-estruturas, Pedro Nuno Santos.

Falta, no entanto, perceber como é que se resolve a rejeição do projecto por parte dos presidentes da câmara da Moita e do Seixal, quando, de acordo com a lei em vigor, é necessário haver um consenso por parte dos municípios afectados pela infra-estrutura. E, conforme noticiou o PÚBLICO, esta quarta-feira oito organizações portuguesas de defesa do Ambiente entregaram no Tribunal Administrativo do círculo de Lisboa uma acção que pede a anulação da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para o Aeroporto do Montijo.

Aeroportos prontos para a retoma do tráfego

Numa sessão em que não esteve presente nenhum alto responsável da TAP, o primeiro-ministro procurou também transmitir a imagem de Portugal ser “um país aberto ao mundo”, mesmo na conjuntura de crise provocada pela pandemia de covid-19.

“O esforço nacional de controlo da pandemia foi feito sem nunca se encerrar as portas do aeroporto e sem nunca terem encerrado totalmente as fronteiras. Nunca fechámos as nossas portas aos compatriotas que vivem lá fora e a quem nunca pode ser negado o direito de regressar a sua casa. Assim como todos aqueles estrangeiros que acolhemos nos últimos anos, que investiram em Portugal ou que escolheram o país para viver ou trabalhar, também nunca lhes poderíamos fechar as portas para poderem regressar ao país de origem”, completou o primeiro-ministro.

Sobre o tema da segurança, António Costa reiterou que que “os aeroportos de Portugal estão prontos, cumprem as normas de segurança e estão preparados para acolher a retoma do tráfego aéreo com toda a normalidade”. O líder do executivo considerou “muito importante que o país esteja preparado, a partir de 15 de Junho, para a reactivação das rotas e para a abertura de fronteiras, sendo feito um esforço colectivo no quadro da União Europeia para que o turismo retome em pleno a sua actividade”.

“Para que isso aconteça é fundamental que os passageiros, seja os que querem partir, seja os que querem chegar, saibam que podem viajar em segurança. Há um trabalho a fazer com as companhias de aviação, mas os aeroportos são um ponto absolutamente crítico, porque neles se cruzam pessoas de todo o mundo”, salientou António Costa.

Esta é “uma crise conjuntural que atinge companhias de aviação, aeroportos e o turismo. Aquilo que virá necessariamente a seguir, de forma mais rápida ou mais lenta, vai ser o retomar das oportunidades de as pessoas poderem livremente circular à escala global”, acrescentou.

Antes, num discurso com partes em português e em inglês, o presidente da Vinci considerou que Portugal “foi uma referência” na forma como impediu a propagação do novo coronavírus, salientou a ausência de infectados no aeroporto de Lisboa e colocou como objectivos cimeiros da sua multinacional “proteger empregos e, sobretudo, proteger os clientes”.