CDS diz que Governo não pode limitar-se a aplaudir bombeiros
O líder do CDS disse que o mecanismo de acerto de contas entre o Estado e os contribuintes também é fundamental para o caso dos bombeiros.
O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, disse esta quinta-feira que o Governo não pode limitar-se a aplaudir os bombeiros, exigindo mais apoios para as corporações que se debatem com falta de meios.
“Não basta em cada varanda fazer um reconhecimento aos heróis de Portugal, como são os bombeiros. O poder político tem que estar ao lado destas corporações com mais do que aplausos”, disse o líder centrista, após uma visita ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro.
Entre as medidas de apoio, defendeu o reforço do fundo de protecção social do bombeiro para cobrir as situações de profissionais que sejam infectados com o novo coronavírus.
“Uma vez que as seguradoras não cobrem o risco de infecção por covid, entendemos que é fundamental haver um reforço do fundo social dos bombeiros que cubra estas situações”, afirmou.
O líder centrista defendeu ainda uma actualização das tabelas de preços de transporte de doentes, sustentando que o valor pago pelo Estado, de cerca de dois euros, “é manifestamente insuficiente”.
“Os bombeiros não querem ganhar dinheiro com o Estado. Não querem é ter prejuízo por substituírem o Estado nas funções de socorro e de apoio às populações”, vincou.
O responsável afirmou ainda que o mecanismo de acerto de contas entre o Estado e os contribuintes, proposto pelo CDS, também é fundamental para o caso dos bombeiros.
“Se os bombeiros têm dinheiro a receber do Estado, ou seja, têm créditos do Estado a receber, devem poder descontar esses valores, por exemplo, no pagamento das contribuições à Segurança Social”, explicou.
Rodrigues dos Santos manifestou-se ainda preocupado com a alegada falta de meios no ataque inicial aos fogos, baseando-se nas informações do Observatório Técnico Independente sobre incêndios criado pelo Parlamento.
“A Comissão Europeia já veio alertar que o risco de incêndio em Portugal aumentou. Fruto da quarentena há eventualidade de muitos terrenos não terem podido ser limpos o que aumenta a probabilidade da ocorrência de fogos”, alertou, exigindo do Governo uma resposta “rápida e actuante”.