Vacinas administradas em Maio caíram mais de 40%

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou maior número de vacinas administradas, seguida pelo Norte, Centro, Algarve e Alentejo. Vacinação também diminuiu em relação a Abril deste ano.

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Adelaide Carneiro

O número de vacinas administradas em Maio caiu mais de 40% em comparação com o mesmo mês de 2019, fixando-se em 300.693, segundo os dados do Portal do SNS. Os dados, actualizados até ao passado dia 27, indicam que em Maio de 2019 tinham sido administradas 519.234 vacinas.

A Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) foi a que registou maior número de vacinas administradas (111.262), seguida pela ARS Norte (111.013), ARS Centro (49.285), ARS Algarve (15.054) e ARS Alentejo (14.079).

Comparando com o mês de Abril (395.416), em Maio o número de vacinas administradas caiu quase 24%.

As autoridades de saúde já tinham alertado para a importância de não descurar o Programa Nacional de Vacinação (PNV), sobretudo nesta altura de pandemia da covid-19, lembrando que as vacinas previstas para o primeiro ano de vida conferem protecção contra 11 doenças potencialmente graves.

Por ocasião do Dia Mundial da Criança, na passada segunda-feira, a directora-geral da Saúde voltou a apelar aos pais para que vacinem os filhos, utilizem as consultas de vigilância e realizem o teste do pezinho aos recém-nascidos. “Não há nenhum motivo neste momento para que as crianças não tenham as suas vacinas actualizadas”, disse Graça Freitas, sublinhando que “a vacina evita muitas doenças, algumas delas graves” e que a última coisa que as autoridades querem é ter surtos de outras doenças.

Para cumprir a vacinação dos filhos, os pais devem marcar as visitas, para evitar filas e aglomerados, por causa da pandemia.

Numa nota publicada em Abril, e perante a necessidade de adoptar medidas de carácter excepcional e temporário para prevenção da transmissão da infecção por covid-19, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) definiu como prioritária a vacinação recomendada no primeiro ano de vida, sublinhando que “aos 12 meses, as vacinas contra o meningococo C e contra o sarampo, papeira e rubéola são muito importantes”.

Dados divulgados no final de Abril indicavam que uma em cada dez crianças com 13 meses de idade em Portugal não tinham no final do ano passado qualquer vacina contra o sarampo.

O relatório do Programa Nacional de Vacinação (PNV), que avalia o cumprimento do PNV em 2019, diz que aos 13 meses de idade, 14% das crianças ainda não tinham iniciado a vacinação contra o sarampo nem contra a doença invasiva meningocócica do grupo C, que devem ser administradas aos 12 meses. “Este facto coloca as crianças desta idade em risco de surtos de sarampo, se contactarem com casos, uma vez que estão, na sua maioria, juntas em creches, sem beneficiarem da imunidade de grupo, conferida a partir de uma cobertura de 95%”, alertava o documento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já tinha avisado que as campanhas de vacinação não podiam ser postas em risco pela pandemia de covid-19, sublinhando que doenças como a poliomielite ou o sarampo podem ressurgir.