Uma lufada de ar higienizado (e um protesto) na Casa da Música
No primeiro concerto na Sala Suggia após meses de confinamento, 176 espectadores distribuíram-se pelos mais de mil lugares disponíveis. A sensação de segurança veio acompanhada pelo desconfortável sentimento de privilégio de quem conseguiu bilhete, reforçado pelo mal-estar que pairava no ar: à porta, uma manifestação alertava quem entrava para o tratamento que a instituição tem dado aos seus recibos verdes.
“Estava mesmo a precisar disto”, ouviu-se à saída da Sala Suggia, na noite de segunda-feira, no final do primeiro concerto com público na Casa da Música (CdM), após o período de confinamento decorrente da pandemia. Coube à Orquestra Barroca da Casa da Música (OBCdM) a honra de receber o público ávido de partilha musical, as 176 pessoas que preencheram os lugares disponibilizados pela CdM (cerca de 15% da sua capacidade real, já que a instituição aplicou medidas de segurança ainda mais restritivas do que as recomendadas pela Direcção-Geral de Saúde). O rigoroso protocolo de segurança previa a entrada ordenada dos espectadores, devidamente desinfectados e protegidos, sentados com dois lugares vagos entre cada duas cadeiras ocupadas na mesma fila e, ainda, com uma fila vazia entre cada duas parcialmente ocupadas.
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