Alexsandro Palombo mudou a cor dos Simpsons para protestar contra a morte de George Floyd
Nas imagens do artista italiano, Bart e Homer Simpson, negros, são perseguidos e asfixiados pela polícia.
Numa das imagens, o desajeitado Chefe Wiggum persegue o pequeno Bart, negro, de cassetete na mão. Noutra, o responsável pelo departamento policial da cidade fictícia de Springfield sufoca Homer com autoridade, perto de um carro com “Minneapolis” na matrícula, perante o desagrado de Carl — uma das poucas personagens negras na série de animação mais conhecida da História —, que segura um cartaz com a frase “I can’t breathe”. O artista Alexsandro Palombo transformou o imaginário da série de animação The Simpsons num protesto contra o assassinato de George Floyd, que reacendeu uma já acesa discussão sobre a violência policial nos Estados Unidos da América.
O artista italiano de 46 anos, que também se define como activista, gosta de incluir no seu trabalho referências à cultura popular, trabalhando questões como a diversidade e os direitos humanos. Para além das ilustrações acima mencionadas, Palombo publicou ainda na rede social Instagram uma ilustração do Chefe Wiggum a estrangular o próprio Floyd. Na descrição, pode ler-se o apelo “Stop Racism”.
Esta não é a primeira vez que o criador se serve das personagens de Matt Groening: em Março, por exemplo, pôs máscaras nos rostos de Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie. Nessa imagem, um Homer com um aspecto cansado mostra um cartaz que exibe a etiqueta #StayHome e a frase “Ninguém é imune ao coronavírus”.
No mesmo mês, no Dia Internacional da Mulher, o artista divulgou Just because I am a woman, trabalho onde Marge surge de colar arrancado e vestido rasgado. O mote: “a violência contra as mulheres é uma epidemia”. A propósito dessa data, Palombo lançou também a campanha #BriefMessage, convidando as mulheres a escreverem na sua roupa interior mensagens contra o abuso.
O assassinato de George Floyd, a 25 de Maio, continua a suscitar protestos inflamados. Muitas editoras e figuras da indústria musical convocaram um protesto silencioso para esta terça-feira, em solidariedade para com a comunidade afro-americana. O cineasta Spike Lee, por sua vez, partilhou um mini-filme de um minuto e meio onde junta às gravações das mortes de Floyd e Eric Garner a cena da sua longa-metragem Não Dês Bronca (1989) em que o personagem Radio Raheem é asfixiado pela polícia.