Curta-metragem
Adolescência e pandemia: a história de Quaranteen
Um estúdio do Porto criou uma curta-metragem sobre a vida de um adolescente em tempos de quarentena.
Um adolescente em quarentena: parece simples, mas é uma metáfora maior do que o trocadilho. Foi "uma brincadeira com a fonética" das palavras e quarantine e teen que inspirou o Favo Studio, do Porto, a realizar uma curta-metragem neste altura de pandemia: Quaranteen.
"Tentámos fazer uma analogia com aquilo que está a acontecer e com este novo paradigma": quem o explica é Gustavo Carreiro, director criativo do Favo Studio. "Começámos a achar piada à lógica de ser um adolescente que pudesse estar a passar por isto, até porque é também uma altura da nossa vida, em termos de escolhas e experiências, em que é tudo muito recente, existe alguma revolta e tomam-se decisões de maneira precipitada. É tudo novo para nós."
Tal como a adolescência, também a pandemia trouxe insegurança e dúvidas, que se espelham em Quaranteen: "às vezes nem sabemos como estar ou como seguir um determinado protocolo e isso cria inseguranças em nós, quase como se nos sentíssemos de novo adolescentes por não sabermos como lidar com este novo normal".
O projecto foi lançado por partes, "numa lógica episódica", o que permitiu medir a recepção do público e "calibrar a história" conforme as notícias que iam sendo lançadas. O feedback positivo (e o destaque com um Staff Pick na plataforma Vimeo) deu confiança ao estúdio para seguir o "instinto" e continuar a trabalhar.
Gustavo Carreiro acredita que a pandemia trouxe uma nova realidade também para a produção artística. "Somos todos incrivelmente adaptáveis. No nosso caso, que nunca tínhamos feito nada deste estilo, isso despertou a vontade de arriscar e sair da nossa zona de conforto."
Texto editado por Ana Maria Henriques
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