Nástio Mosquito lança novo álbum com o brasileiro Felipe Antunes
Para já é um álbum de canções. Mas será também livro e documentário. O pós-eurocentrismo, segundo o luso-angolano Nástio Mosquito e o brasileiro Felipe Antunes.
Chama-se Visão Noturna e é um álbum de canções. Mas será também proximamente um livro e um documentário. Trata-se do novo projecto do multi-artista e músico luso-angolano Nástio Mosquito na companhia do músico brasileiro Felipe Antunes, que acaba de ser revelado. Para já, o álbum foi lançado apenas nas plataformas digitais.
Tudo começou em Lisboa, no inicio de 2018. Foi aí que os dois se conheceram e idealizaram um projecto conjunto com vários vectores, entre eles pensar o pós-eurocentrismo. O disco contém oito temas, na feitura dos quais Nástio e Felipe, que assinam a produção e a composição, contaram com a colaboração de vários músicos. As canções remetem para tópicos como a perspectiva cíclica do tempo, a violência, a necropolítica ou a ideia de finitude. Criado entre 2018 e 2019, é um disco de canções densas, mas soltas, abordando a morte, pela perspectiva de uma personagem que trabalha como coveiro, enquanto medita sobre questões filosóficas, económicas, políticas ou espirituais.
Apesar de não ser muito conhecido em Portugal, o músico, cantor e compositor Felipe Antunes, já tem um percurso consolidado com a sua banda, Vitrola Sintética, tendo sido nomeado três vezes para os Grammys Latinos. A solo lançou os álbuns Lâmina (2016) e Cru (2018). Já Nástio Mosquito tem vindo ao longo dos anos a trabalhar com música, performance, vídeo e artes visuais e todas as intersecções dessas artes. No último ano, entre outros projectos, participou na Bienal de Veneza e expôs em Lisboa, no Hangar; já em Fevereiro deste ano mostrou na Tate Modern, em Londres, o projecto No.One.Gives.A.Mosquito's.Ass.About.Trabalho.De.Preto. No campo da música, destacam-se os seus dois últimos álbuns, Se Eu Fosse Angolano (2013) e Gatuno Eimigrante & Pai de Familia (2016).