Depois de quase dois meses de portas fechadas e muitas formas alternativas de dar a ver (online) o que se ia passando nos seus mares, o Oceanário de Lisboa reabriu a 11 de Maio. O público pode agora reencontrar ao vivo um peixe-lua, uma lontra-marinha, um tubarão-corre-costa, uma manta, um pinguim-de-magalhães, um sapo-de-chifre, uma uge-de-pintas-azuis ou qualquer outra das centenas de espécies que ali (con)vivem. Pode também voltar a mergulhar nas duas exposições paralelas que foram interrompidas.
Florestas Submersas é um “aquário de autor” de Takashi Amano (1954-2015). Foi o último trabalho do fotógrafo e mestre na aquariofilia de água doce. É uma floresta debaixo de água, viva e em constante mutação. Tem a forma de um “U”, 40 metros de comprimento e 160 mil litros de volume. É habitada por 40 espécies de peixes tropicais de água doce e 46 de plantas aquáticas. Uma banda sonora original de Rodrigo Leão acompanha a visita.
One - O Mar Como Nunca o Sentiu é uma instalação imersiva concebida pela cineasta e fotógrafa Maya de Almeida Araújo, especialista em captar imagens subaquáticas. O trabalho exibido resulta de oito meses de filmagens em território marítimo português, envolvendo seis embarcações, 11 equipas e mais de 40 outros participantes. A artista descreve o resultado como “uma viagem introspectiva”.
Ambas as exposições regressam “com medidas para assegurar o distanciamento ainda necessário”, sublinha o Oceanário. A estas, juntam-se o uso obrigatório de máscara (oferecida a quem não tiver), a redução da afluência, a garantia da higienização frequente dos espaços e a disponibilização de gel desinfectante.
Os meios de pagamento são feitos exclusivamente por meios automáticos. O horário também sofreu alterações: abre às 10h e fecha às 18h (última entrada às 17h). Os eventos e acções educativas mantêm-se, para já, em águas paradas – ou seja, suspensos.
Um dos primeiros visitantes pós-confinamento foi Marcelo Rebelo de Sousa. Citado pela Lusa, o Presidente da República deixou o seu exemplo como “um convite a que muitos mais venham ao Oceanário, que é realmente uma realidade espantosa e que soube adequar-se aos desafios destes tempos de pandemia”. “Pudemos fazer a visita ao mesmo tempo que havia visitantes de várias gerações respeitando as regras de segurança e de saúde pública”, afiançou.