Governo diz que há 1,2 milhões de trabalhadores com apoios extraordinários

Ministra da Segurança Social afirma que Portugal foi um dos países que “colocaram no terreno, com rapidez e com maior eficácia, medidas para combater a pandemia”.

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Ana Mendes Godinho no Parlamento, nesta quinta-feira LUSA/MIGUEL A. LOPES

A ministra da Segurança Social defendeu hoje que as medidas de apoio extraordinário por causa da covid-19 já abrangeram 1,2 milhões de trabalhadores e 140 mil empresas, com o layoff simplificado a atingir 470 milhões de euros.

Ana Mendes Godinho avançou estes dados no discurso que proferiu na abertura da interpelação parlamentar do PS ao Governo sobre as respostas à pandemia de covid-19, num debate em que esteve acompanhada pelos ministros da Saúde, Marta Temido, e da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

A ministra da Segurança Social advogou que Portugal tem sido citado internacionalmente como um dos países “que colocaram no terreno, com rapidez e com maior eficácia, medidas para combater a pandemia” de covid-19 e suas consequências económicas e sociais.

“Em dois meses, com as medidas extraordinárias criadas, já foram abrangidos 1,2 milhões de trabalhadores com apoios pagos, e 140 mil empresas no valor global de 620 milhões de euros. Foram criadas medidas de apoio extraordinário para responder às mais diversas situações imprevistas”, disse, apontando como exemplos a adopção de subsídio a 100% para isolamento profiláctico, ou o layoff simplificado que “protegeu 804 mil postos de trabalho em 99500 empresa e com apoios pagos na ordem dos 470 milhões de euros”.

Ana Mendes Godinho falou em seguida de apoios às famílias, em articulação com a Educação, tendo em vista dar a garantia de que os pais “podiam acompanhar os filhos quando as escolas tiveram de suspender as actividades lectivas presenciais”.

“O apoio aos trabalhadores independentes já abrangeu 160 mil trabalhadores e o apoio aos sócios-gerentes chegou acerca de 14 mil. Assistiu-se também à prorrogação automática das prestações sociais mínimas para que ninguém fique para trás — algo que já abrangeu mais de 40 mil pessoas”, referiu.

Segundo Ana Mendes Godinho, nestes últimos meses, assistiu-se igualmente a “momentos de total entrega por parte de todos os que trabalham no Estado social e que asseguram resposta a todos os que estão a precisar”.

“A Segurança Social mostrou que é quem responde a quem precisa quando precisa”, completou, aqui numa nota mais política, antes de defender que Portugal registou “bons” resultados ao nível da prevenção da covid-19 em matéria de contágio em lares de idosos.

“Fizemos em conjunto mais de 110 mil testes aos trabalhadores dos lares e das creches”, acentuou.

Nesta intervenção, a ministra abordou também a questão da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), advogando que só no último mês entraram em funções 188 novos inspectores.

“Tem agora 486 inspectores em funções, o número mais elevado desde que a ACT foi criada. No último mês, houve a capacidade de fazer 5500 acções inspectivas, abrangendo 150 mil trabalhadores”, acrescentou.