Wes Anderson, Sofia Coppola ou Apichatpong Weerasethakul na “marca Cannes”: anúncio a 3 de Junho

Serão cerca de 50 títulos, filmes que teriam sido mostrados na selecção oficial se a edição não tivesse sido cancelada. Quando se estrearem podem exibir como prestígio essa marca de curadoria e até podem passeá-la em outros festivais.

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The French Dispatch iria abrir a cancelada edição 2020 de Cannes
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Tilda Swinton em Memoria, de Apichatpong Weerasethakul
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Another Round, de Thomas Vinterberg

Do local onde todos os anos Pierre Lescure, Presidente do Festival de Cannes, e Thierry Frémaux, Delegado Geral, anunciam os filmes da selecção oficial do “seu” festival, o cinema UGC Normadie, em Paris, divulgarão desta vez, dia 3 de Junho, 17h (hora de Lisboa), a “Selecção Oficial 2020”. A edição foi cancelada, como se sabe, efeito da pandemia da covid-19. Mas o festival não desistiu dos filmes e da sua sorte e apresentará a lista dos que beneficiarão da “marca” Cannes: uma curadoria de prestígio, que acompanhará esses títulos na distribuição em sala. É o próprio festival que acaba de confirmar.

Será uma selecção de uma selecção: a forma que encontrada para, abortada a possibilidade de edição normal, não desistir dos filmes que se tinham confiado às diferentes sessões da Selecção Oficial (Competição e Un Certain Regard) ou à paralela Semana da Crítica para o seu momento de descoberta, de visibilidade mundial. E é uma forma de Cannes, mesmo não decorrendo como festival em 2020, não permitir que alguém toque na sua pedra de toque; o espaço para os filmes de prestígio (e) de autor. Que lhe pertence inteiramente, basta pensar no que aconteceu a Parasitas, de Bong Joon-ho, Palma de Ouro o ano passado.

Segundo a revista Variety serão anunciados cerca de 50 títulos e entre eles estarão The French Dispatch de Wes Anderson, Another Round, de Thomas Vinterberg ou Comes Morning de Naomi Kawase. Para que serve a “marca 202o”, que também terá sido aceite por François Ozon para o seu Ete 85, por Apichatpong Weerasethakul para o seu Memoria ou por Sofia Coppola para o seu On the Rocks? Dá prestígio.

O que acontecerá aos filmes com a curadoria “Cannes 2020"? Como Frémaux tem explicado em entrevistas, ou se estreiam entre Junho e Maio, porque isso se integra nas respectivas estratégias de distribuição, ou passeiam a marca por outros festivais. Os primeiros a acontecer seriam San Sebastian ou Toronto, que ao que tudo indica estreará mundialmente The French Dispatch, filme com Benicio del Toro, Tilda Swinton, Frances McDormand e Timothée Chalamet no cast. Era o título de abertura do que seria a edição 2020 de Cannes.

Vários festivais estão disponíveis para aceitar os “filmes Cannes” (Toronto, San Sebastian, Nova Iorque, Busan, Deauville, Angouleme e Mexico, segundo a Variety), até mesmo em secções competitivas. Até o “segundo” festival de Frémaux, o Lumière, em Lyon. Já Veneza... depois de uma declaração de amor inicial, em que o Lido se propunha colaborar com a Croisette e ajudar Cannes num dos seus períodos mais difíceis, fontes da Variety asseguram que a marca Cannes não poderá ser mostrada na competição de Veneza que até terá ficado com Tre Pani, de Nanni Moretti, e DNA, de Maiwenn, inicialmente títulos do festival francês, para o seu próprio concurso.

Há ainda outro conjunto de filmes: aqueles que preferem esperar por Cannes 2021 (por aqui se continua a demonstrar o poder do festival). Serão os casos de Annette de Leos Carax, com Adam Driver e Marion Cotillard, Par un demi-clair matin, de Bruno Dumont, com Lea Seydoux, Petrov’s Flu, de Kirill Serebrennikov, Ahed’s Knee, de Nadav Lapid, Comédie Humaine, de Xavier Giannoli e Benedettade Paul Verhoeven — o produtor do filme, Said Ben Said, anunciou há semanas no seu instagram que o filme tem estreia marcada para Maio de 2021. O que para bom entendedor...

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