José Pedro Croft foi um artista em suspensão
Depois de dois meses fechada, 1 nova, 2 nem tanto abriu agora ao público. Um processo de levantar do chão, de equilibrar e de fixar elementos dois a dois. Espantam-nos as cores, nada habituais na obra do escultor.
“Foi um murro no estômago”, diz José Pedro Croft, falando do fecho da exposição que deveria ter inaugurado a 12 de Março, o dia em que se decretou o encerramento de todos os museus e galerias de arte em Portugal. “Tínhamos montado a exposição no dia 9, com imensa alegria. Tinha sido uma exposição que demorara meses a conceber”, acrescenta, referindo os projectos que tinham ficado pelo caminho: “Ia a Roma no dia 11 entregar uma oferta de desenhos à Biblioteca Apostólica Vaticana, dirigida pelo cardeal José Tolentino de Mendonça”, de quem é amigo. “Mas essa visita já tinha sido cancelada duas semanas antes”, explica. Entretanto, em finais de 2019, tivera uma individual em Espanha, na província de Léon, na Fundación Cerezales Antonino y Cínia, de que nos mostra imagens: peças que parecem em equilíbrio precário, de grande escala e muito coloridas. Como sucede na obra deste escultor, todas as exposições respondem às anteriores e por vezes a outras mais distantes no tempo, sem que seja possível determinar cortes bruscos no trabalho. Há sempre um diálogo entre obras plásticas, como se cada uma ecoasse nas seguintes.
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