Covid-19: OMS suspende ensaios com hidroxicloroquina em doentes infectados

Trata-se de uma “pausa temporária” para rever “dados de segurança”.

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A hidroxicloroquina é utilizada contra a malária e também no tratamento de algumas doenças auto-imunes Reuters/Reuters Photographer

O director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou esta segunda-feira que o uso de hidroxicloroquina e cloroquina vai ser suspenso nos ensaios em doentes infectados com covid-19.

Devido a algumas “preocupações”, a OMS vai fazer uma “pausa temporária” no uso destas substâncias nos solidarity trials, enquanto os “dados de segurança são revistos”, explicou Ghebreyesus na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia no mundo.

Os solidarity trials são uma iniciativa da OMS em que são comparadas várias possibilidades de tratamento para a covid-19. Mike Ryan, director executivo do programa de emergências da OMS, acrescentou que a decisão foi tomada num contexto de “muita prudência”.

A hidroxicloroquina é utilizada contra a malária e também para tratar doenças auto-imunes, como a artrite reumatóide ou o lúpus. Um estudo publicado na sexta-feira na revista científica The Lancet sugere que tratar a covid-19 com cloroquina ou hidroxicloroquina não tem benefícios, aumentando o risco de problemas cardíacos e a taxa de letalidade.

Um grupo de reumatologistas do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, explicou ao PÚBLICO que não há nenhuma prova de que a hidroxicloroquina diminua ou previna o aparecimento de sintomas da covid-19. Na semana passada, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que está a tomar hidroxicloroquina, apesar de não ter sintomas.

Também o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem defendido a utilização da substância, apesar de reconhecer que os estudos científicos não garantem a eficácia do tratamento em doentes infectados com covid-19.

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