Covid-19: Requerentes de asilo infectados receberam resultados dos testes e já foram transferidos para Lisboa

A delegada de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo disse que entre resultados conhecidos há casos negativos, pessoas não infectadas, mas também há casos que se mantêm positivos ao novo coronavírus.

Foto
LUSA/CARLOS BARROSO

Os 32 migrantes infectados pelo novo coronavírus, que foram transferidos na quarta-feira para o Campo Militar de Santa Margarida, Constância, já conhecem os resultados dos testes ali efectuados e “seguem hoje para Lisboa”, disse a autoridade de saúde local.

Questionada sobre um ponto de situação aos testes realizados, na sexta-feira, dia 22 de Maio, a delegada de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, no distrito de Santarém, disse que “os migrantes que estão em Santa Margarida vão regressar hoje a Lisboa”, dando conta de que os resultados foram hoje conhecidos e que há casos negativos, pessoas não infectadas, mas também há casos que se mantêm positivos ao novo coronavírus.

“Há resultados positivos e houve resultados negativos mas temos de compreender que são pessoas que estão fora dos seus ambientes, estão fora dos seus contactos e, portanto, está tudo a ser tratado para regressarem hoje a Lisboa, tanto os positivos como os negativos”, disse Maria dos Anjos Esperança, à agência Lusa.

Segundo aquela responsável, do grupo de 32 migrantes “cerca de 75% testou negativo” ao SARS-Cov-2, tendo feito notar que, durante este período de cinco dias em que estiveram no campo militar de Santa Margarida, “não houve qualquer incidente” e “correu tudo muito bem”.

A informação do regresso a Lisboa dos 32 migrantes foi confirmada à Lusa pelo presidente da Comissão Distrital da Protecção Civil de Santarém, Miguel Borges, dando conta, cerca das 19h30, que o processo “está em curso” e que se dirigem para vários locais na área de Lisboa.

“Os migrantes que ainda estão infectados foram para a Mesquita de Lisboa, ao passo que os outros foram para diferentes locais definidos pelo Alto Comissariado para as Migrações”, afirmou.

A Lusa contactou a Secretaria de Estado para a Integração e Migrações tendo a assessoria dado conta de não ter informações sobre a situação, não tendo confirmado o regresso a Lisboa dos 32 migrantes. Também os contactos feitos para o Conselho Português para os Refugiados se revelaram infrutíferos.

Na quinta-feira, fonte do Governo disse que os 32 migrantes infectados pela covid-19, que foram transferidos no dia anterior para o Campo Militar de Santa Margarida, manifestaram “algumas hesitações” em continuarem confinados, mas “já foi resolvida essa resistência”.

“Relativamente à transferência dos cidadãos migrantes que estavam na Ota, confirma-se que foram transferidos. Os que tiveram resultados negativos nos testes foram para soluções de alojamento na Área Metropolitana de Lisboa. Os positivos, efectivamente, foram para o Campo Militar de Santa Margarida, para garantir o seu acompanhamento sanitário e a continuação do confinamento até terem testes negativos”, indicou então fonte oficial da Secretaria de Estado para a Integração e as Migrações.

No processo de transferência dos migrantes infectados, verificou-se “algumas hesitações e alguma dificuldade em entender que teriam de continuar confinados”, referiu a mesma fonte.

Quanto aos 24 migrantes que testaram negativo à covid-19, a mesma fonte não tem conhecimento de que tenha havido qualquer tipo de dificuldades, adiantando nesse dia que os cidadãos estavam a ser transferidos para diferentes locais, para soluções de alojamento na Área Metropolitana de Lisboa, em articulação com diferentes entidades, inclusive o Instituto da Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Segundo fonte oficial da Câmara de Alenquer, dos 56 migrantes que se encontravam na Base Aérea da Ota, 32 foram transferidos para o Campo Militar de Santa Margarida, em Constância, e os restantes para Lisboa, separados em dois grupos de 16 e oito, e divididos por dois locais diferentes na capital.

A mesma fonte explicou que os 56 foram separados em função de testarem negativo ou positivo à covid-19, das etnias e religiões a que pertencem e face à necessidade de a Força Aérea ter de voltar a receber alunos e ter de preparar o próximo ano lectivo.

Para a Unidade Militar de Santa Margarida, foram transferidos os que continuavam infectados. O primeiro grupo de 58 migrantes foi transferido da Ota em 8 de Maio, seguindo-se um segundo, de 52, no dia 14.

Em 20 de Abril, foram colocados em quarentena na Base Aérea da Ota, no distrito de Lisboa, 171 cidadãos estrangeiros requerentes de asilo que estavam hospedados num hostel em Lisboa, por a grande maioria ter testado positivo à presença do novo coronavírus (SARS-CoV-2).