Cineclubes tentam sobreviver entre os “abraços digitais” e as saudades da sala escura
O cinema ao domicílio tem vindo a disfarçar a impossibilidade de realizar as sessões em sala. Os cineclubes esperam pela retoma da actividade em Junho para equilibrar as contas, e a relação cinéfila com a Sétima Arte.
O projector é montado à beira do passeio e as imagens iluminam-se na parede branca do outro lado. As pessoas que vivem nos blocos de apartamentos daquele perímetro abrem as janelas dos quartos e começam a espreitar. Uns confortavelmente instalados nas suas varandas, outros mais desconfiados, os rostos com um misto de espanto e curiosidade, à espera do que possa acontecer. A filha abraça a desconsolada mãe no meio de uma viagem a bordo do navio que segue em direcção à América, ao mesmo tempo que o homem engraçado com chapéu e bigode tenta, atrapalhadamente, apanhar um peixe em alto mar. São imagens de O Imigrante, curta-metragem realizada e interpretada por Charlie Chaplin em 1917, aqui mostrada numa “sessão de rua”, cortesia do Cineclube de Faro.
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