LPFP esclarece que clubes podem escolher laboratório para testes de covid-19
Contrato assinado pela Unilabs foi questionado em notícia do Expresso.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) esclareceu neste sábado, em comunicado, que os clubes da I Liga que vão retomar a competição no dia 3 de Junho são livres de escolher o laboratório onde jogadores e staff efectuam os testes à covid-19, no âmbito do plano sanitário desenhado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). O organismo responde, assim, a uma notícia do jornal Expresso sobre a escolha da Unilabs para liderar a operação.
Em causa estão os critérios que presidiram à decisão da LPFP, adiantando o semanário que o laboratório em causa “tem gestores com ligação familiar à Federação Portuguesa de Futebol”. O organismo liderado por Pedro Proença explica que a consulta ao mercado resultou em sete pedidos a laboratórios, que deram origem a quatro respostas.
“A Unilabs foi o laboratório que melhores condições ofereceu para a quantidade e especificidade dos testes pedidos pela Direcção-Geral da Saúde, sendo reconhecidamente um laboratório com credibilidade. Trata-se de um laboratório com reconhecimento nacional e internacional, quer pela qualidade do serviço, quer pela disponibilidade de vários postos de colheita em diversos pontos do país”, adianta.
De todo o modo, ressalva a LPFP que “os testes são contratualizados e pagos por cada clube de forma individual com o laboratório escolhido”. “A Liga Portugal não recebe qualquer receita proveniente deste acordo. A Liga Portugal não é informada pelo Laboratório do resultado dos testes”, acrescenta.
O protocolo celebrado, de resto, “não pressupõe exclusividade": “Os clubes são livres de realizar os testes com o laboratório que entenderem mais adequado, desde que respeitem os critérios e exigências definidas pelas autoridades de saúde”, sublinha a direcção da LPFP, concretizando que “a grande generalidade dos clubes” optou por fazê-lo.
Entre os laboratórios que têm sido mais procurados estão a Unilabs, o Joaquim Chaves e o Germano de Sousa.
"Conclusões alarmísticas e sensacionalistas"
Entretanto, o Conselho de Administração do Hospital de São João também reagiu, já que, de acordo com a notícia do Expresso, terá sido um clínico da unidade de saúde a questionar os resultados.
“Desconhecemos qualquer estudo feito a atletas de clubes profissionais ou não profissionais de futebol realizados na instituição, como vem referido na noticia do Jornal Expresso de dia 23/05/2020. Esta informação já tinha sido remetida ao Jornal Expresso na passada quarta-feira, após ter sido questionado, tendo-se referido de forma clara, que: ‘O Centro Hospitalar Universitário São João não tem qualquer protocolo com clubes de futebol portugueses para colheita de análises de pesquisa de COVID-19, e não tem conhecimento de resultados de testes de atletas de clubes'”.
Também a Unilabs Portugal já tomou posição, refutando “de forma veemente as conclusões alarmísticas, despropositadas e sensacionalistas, de que os testes que tem vindo a realizar com jogadores profissionais tenham dado resultados ‘errados'”.
“Ambas as instituições esclarecem que existe uma multiplicidade de factores que pode afectar os referidos resultados, desde datas diferentes de colheita, aos procedimentos de colheita aplicados, até às metodologias, equipamentos e reagentes específicos utilizados em cada unidade laboratorial”, acrescentam, num comunicado conjunto.