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Filhos de Khashoggi anunciam perdão a assassinos do pai

Cinco pessoas foram condenadas à morte pelo assassínio de Jamal Khashoggi. Perdão familiar pode levar a alteração da sentença, mas não é certo que tal aconteça.

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Salah Khashoggi a cumprimentar o príncipe Mohammed bin Salman LUSA/BANDAR ALGALOUD HANDOUT

Os filhos do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado em Outubro de 2018 quando entrou no consulado saudita em Istambul, anunciaram esta sexta-feira que perdoam os assassinos do pai.

O anúncio foi feito na rede social Twitter por Salah Khashoggi, filho do jornalista. “Nesta noite abençoada abençoada de Ramadão, lembramos as palavras de Deus: se uma pessoa perdoar e reconciliar-se, a sua recompensa será merecida por Alá. Portanto, nós, filhos do mártir Jamal Khashoggi, anunciamos que perdoamos aqueles que mataram o nosso pai”, lê-se no texto publicado por Salah Khashoggi.

O antigo jornalista do Washington Post foi assassinado quando entrou no consulado saudita em Istambul para tratar dos documentos para oficializar o casamento com Hatice Cengiz, de nacionalidade turca.

Jamal Khashoggi, que era conhecido pelas suas críticas ao regime saudita, foi estrangulado e desmembrado no interior do consulado. O caso gerou enormes críticas internacionais, tendo o nome do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman surgido associado ao crime. No entanto, as autoridades sauditas negam o envolvimento do Reino no crime.

No final do ano passado, cinco pessoas foram condenadas à morte pelo crime, um desfecho considerado “uma farsa” por parte da relatora das Nações Unidas responsável por investigar o caso, Agnès Callamard, que exigiu uma investigação imparcial e transparente à morte de Khashoggi.

De acordo a lei islâmica, a pena de morte pode ser comutada se os familiares da vítima perdoarem o autor do crime, não sendo ainda certo que tal venha acontecer com os cinco condenados por parte das autoridades sauditas.

O anúncio do perdão dos filhos de Khashoggi não é acompanhado pela noiva do jornalista, que continua a pedir justiça para o crime cometido, reiterando que “ninguém tem o direito de perdoar os assassinos”.

“Jamal foi assassinado dentro do consulado do seu país enquanto obtinha os documentos para concluir o nosso casamento. Os assassinos vieram da Arábia Saudita com intenção de o atrair, encurralar e matar. Ninguém tem o direito de perdoar os assassinos. Não perdoaremos os assassinos nem quem ordenou o assassinato”, escreveu, também no Twitter, Hatice Cengiz, em resposta ao texto de Salah Khashoggi.

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