Número de desempregados sobe 22,1% em Abril
Número de registados nos centros de emprego superava os 392 mil no final do estado de emergência, mais 71 mil face ao ano anterior. Só os Açores escaparam ao aumento.
As medidas de combate à pandemia de covid-19 fizeram aumentar em 22,1% o número de pessoas registadas nos centros de emprego em Abril, em comparação com o mesmo período de 2019.
No final do mês em que vigorou em Portugal o estado de emergência, estavam registadas nos centros de emprego 392.323 pessoas, mais 71 mil face a Abril de 2019, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
O número de desempregados registados também representa um aumento de 14,1% relativamente a Março (mais 48 mil), mês em que o estado de excepção se aplicou por duas semanas.
O total de inscritos em Portugal continental era de 368.925, o que representa um aumento homólogo de 24% e um crescimento de 14,9% face a Março, segundo o Ministério do Trabalho.
O aumento do desemprego registado atingiu todos os sectores de actividade económica e a generalidade das regiões do país, com excepção dos Açores, onde decresceu 6,2%.
O Algarve, pela predominância da actividade turística, voltou a ser a região mais castigada: face a Abril de 2019, o aumento foi de 123,9%.
No sector dos serviços, o IEFP destaca que as maiores subidas atingiram as actividades de alojamento, restauração e similares (60,6%), as actividades imobiliárias, administrativas e serviços de apoio (41,2%) e transportes e armazenagem (37,4%).
Na indústria, houve subidas expressivas na indústria do couro (42,7%), metalúrgica (39%) e vestuário (33,6%).
Face a Abril de 2019, foi no grupo profissional dos operadores de instalações e máquinas e trabalhos de montagem que se registou o maior aumento de inscritos (43,4%), mas também nos grupos dos trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (34%) e dos trabalhadores dos serviços de protecção e segurança e vendedores (32,9%).
Todos os grupos da população foram afectados, mas entre os mais vulneráveis continuam a estar as mulheres e as pessoas que possuem como habilitação escolar o secundário.