Covid-19. Populações asiáticas terão maior protecção imunitária ao vírus, diz estudo
Maior imunidade deve-se à exposição anterior a outros patógenos relacionados, sugere uma investigação da Universidade de Tóquio.
As populações do Japão e países da Ásia oriental têm maior protecção imunitária contra o novo coronavírus graças à exposição anterior a outros patógenos relacionados, sugere um novo estudo.
Isso poderia explicar “a menor mortalidade no Japão e noutros países do sudeste da Ásia”, disse o investigador Tatsuhiko Kodama, do Centro de Estudos de Ciência Avançada e Tecnologia da Universidade de Tóquio, numa videoconferência com a imprensa.
A análise de amostras de anticorpos de mais de cem japoneses “indica que existe imunidade contra SARS-CoV-2 em muitos indivíduos não expostos ao agente patogénico devido à exposição prévia à proteína de outro coronavírus da mesma família”, explicou Kodama.
Os resultados preliminares do estudo, que continua o seu trabalho de analisar dezenas de amostras de pacientes diariamente, “sugerem que a imunidade ao novo coronavírus já existe em muitos países da Ásia oriental”, disse o investigador.
Kodama acrescentou que a sua hipótese é apoiada por outro estudo publicado há uma semana por cientistas norte-americanos e conduzido entre moradores da cidade de San Diego, na Califórnia, que não haviam sido expostos à SARS-CoV-2, dos quais 50% tinham “memória imunitária” contra o novo coronavírus.
San Diego possui um alto número de residentes de origem asiática e extensas ligações com a Ásia-Pacífico e nessa região houve sucessivas epidemias de constipações comuns nos últimos anos, possivelmente causadas por estirpes relacionadas com SARS-CoV-2, explicou o investigador.