Covid-19 faz mais 16 mortes em Portugal. Casos activos voltam a aumentar
Número de casos activos vinha a diminuir desde sábado. Foram detectados 29.432 infectados e morreram 1247 pessoas desde o início do surto.
Portugal registou esta terça-feira mais 16 mortes, um aumento de 1,3% que eleva para 1247 o número de vítimas mortais. Foram identificados mais 223 casos nas últimas 24 horas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 0,8%. Desde o começo do surto, já foram detectados 29.432 casos.
Os números, divulgados esta terça-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), dão conta de 629 pessoas internadas, das quais 101 estão nos cuidados intensivos (menos quatro do que na segunda-feira).
Nas últimas 24 horas, foi contabilizado apenas mais um recuperado, o que eleva para 6431 o número de “curados” no país. Na segunda-feira, registou-se um máximo de recuperações: 1794, um crescimento de 38,6% justificado pelo facto de as instituições de saúde estarem a reportar mais, de acordo com Graça Freitas.
Excluindo os “curados” e os óbitos, 21.754 pessoas continuam infectadas, mais 206 do que no dia anterior. Este número tinha vindo a diminuir desde sábado. Uma pessoa é considerada “curada” depois de um teste com resultado negativo, caso o tratamento esteja a ser feito em casa, ou dois em 24 horas se o doente estiver no hospital.
Há 2349 pessoas a aguardar resultado laboratorial e 25.487 estão sob vigilância das autoridades de saúde.
Na conferência de imprensa desta terça-feira, o secretário de Estado da Saúde adiantou que a taxa de letalidade global é de 4,2% e de 15,9% acima dos 70 anos. De acordo com António Lacerda Sales, 71,8% dos doentes estão a ser receber tratamento em casa e 2,8% estão internados: 1,8% em enfermarias, 0,3% nos cuidados intensivos.
Cerca de 87% das vítimas mortais (1081 das 1247) têm mais de 70 anos. O relatório dá conta da morte de 112 pessoas que tinham entre 60 e 69 anos; 40 com idades entre os 50 e 59 anos; 13 pessoas entre os 40 e os 49 anos; e uma vítima mortal entre os 20 e os 29 anos.
A região Norte continua a ser a que concentra o maior número de casos, com 16.472 pessoas infectadas e 707 óbitos – 56% da totalidade dos casos e 56,7% das mortes. A segunda região mais afectada é a de Lisboa e Vale do Tejo, com 8490 casos confirmados e 282 vítimas mortais. A região Centro tem 3644 casos registados e 227 mortes, seguida da região do Algarve, com 356 infectados e 15 óbitos. O Alentejo assinala até esta terça-feira 245 casos e uma morte.
Os Açores e a Madeira são as regiões com menor número de casos, com 135 e 90, respectivamente. A Madeira é a única região sem mortes registadas, sendo que os Açores têm 15 óbitos a lamentar. O boletim da DGS não apresenta novos casos ou mortes nestas regiões desde 12 de Maio.
Lisboa mantém-se o concelho com maior número de casos (2018), seguido de Vila Nova de Gaia (1510) e do Porto (1326). Há outros três concelhos com mais de mil casos identificados: Matosinhos (1242), Braga (1173) e Gondomar (1058).
Os infectados por concelho podem ser mais do que os registados no boletim, uma vez que os dados são os do SINAVE – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, que correspondem a 90% dos casos confirmados.
Até segunda-feira, Portugal tinha registado um total de 29.209 casos de infecção, 1231 mortes e 6430 recuperados.
Realizados cerca de 670 mil testes de diagnósticos desde Março
O secretário de Estado da Saúde avançou que desde o dia 1 de Março já foram realizados aproximadamente 670 mil testes de diagnóstico à covid-19 em Portugal.
O 15 de Maio, com cerca de 19.900 amostras processadas, é, até à data, o dia em que foram realizados mais testes. De 1 a 17 de Maio, a média foi de 13.836 testes realizados por dia. Desse total de testes, 44,4% foram realizados nos laboratórios públicos, 41,3% nos privados e 14,1% noutros laboratórios.
“A reserva estratégica de testes diagnóstico também se mantém estável, o que nos permite manter este caminho que nos coloca entre os países europeu que mais testam”, referiu António Lacerda Sales.
O secretário de Estado da Saúde deu conta de que, desde 9 de Março, foram transferidos 3843 doentes dos hospitais do SNS para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI). No mesmo período, foram encontradas 370 respostas sociais que permitiram libertar camas nos hospitais.
“Até ontem, já tinham feito testes à covid-19 mais 8600 profissionais das unidades da RNCCI, ou seja, mais de 56%, registando-se 62 casos positivos desde o início da pandemia”, referiu.
O Governo continua a querer passar a mensagem para que exista bom senso por parte dos portugueses. “Voltar à normalidade nas nossas vidas não quer dizer relaxamento e continuamos a ter o nosso dever de contenção. O mesmo seria dizer liberdade sim, mas com responsabilidade e esta é a mensagem que continuaremos a passar”, referiu.
Recém-nascidos continuam a dispor de todas as condições para “começar bem a sua vida"
Sobre a orientação para recém-nascidos que foi emitida esta terça-feira pela Direcção Geral da Saúde, a directora-geral da Saúde disse que os recém-nascidos continuam a nascer “bem”, principalmente nas maternidades e hospitais do país, e garantiu que continuam a dispor de uma série de facilidades para “começar bem a sua vida”, como o “registo civil do recém-nascido, que pode ser pedido por qualquer um dos progenitores através do Nascer Cidadão Online”.
Além disso, na maternidade ou no hospital, “o recém-nascido recebe a primeira dose da vacina contra a hepatite B e começa assim o seu Programa Nacional de Vacinação, que queremos que continue a cumprir porque as vacinas protegem contra muitas doenças potencialmente graves”, disse.
Ainda sobre este tema, Graça Freitas disse que na maternidade, se o recém-nascido tiver critérios para ser vacinados com a vacina BCG, se estiver inserido num grupo de risco, é logo identificado. Também é na maternidade que os pais são “fortemente” aconselhados a fazer o diagnóstico precoce para uma série de doenças “raras mas graves”, conhecido por “teste do pezinho”.
Quanto à amamentação, a directora-geral da Saúde disse que a OMS recomenda que recém-nascidos filhos de mãe positiva ou suspeita para covid-19 possam ser amamentados directamente através da mama da sua mãe ou com leite materno que é extraído. A directora-geral da saúde disse ainda que se a mãe necessitar de internamento e se o recém-nascido se encontrar bem, este pode ter alta e ser cuidado por outro cuidador saudável em casa.
"Teremos de esperar” para saber efeitos do calor no novo coronavírus, diz Graça Freitas
Questionada sobre os possíveis efeitos das temperaturas mais altas no novo coronavírus, Graça Freitas disse que “teremos de esperar” para estabelecer qualquer relação. “Sabemos que há outros vírus, nomeadamente coronavírus, que têm um comportamento sazonal, não desaparecem completamente nos meses mais quentes, mas transmitem-se muito pouco e voltam a aparecer novamente no Outono e no Inverno.”
“Como o vírus é complemente novo e como toda ou quase toda a população se encontra ainda susceptível, não sabemos se ele vai ter um abrandamento muito acentuado nos meses de Verão, nos meses mais quentes. Temos que aguardar para ver o comportamento do vírus, sendo que sabemos que alguns países que têm temperaturas mais elevadas têm tido casos mesmo em épocas quentes, como por exemplo Singapura”, explicou.