Hong Kong mantém restrições a concentrações públicas até ao aniversário de Tiananmen

Organização que promove a vigília anual vai reunir para tomar decisões. Governo local diz que o motivo é a saúde pública.

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Todos anos, a 4 de Junho, dezenas de emilhares de pessoas assinalam Tiananmen em Hong Kong BOBBY YIP/Reuters

O governo de Hong Kong estendeu nesta terça-feira as restrições às concentrações públicas, pelo menos por mais duas semanas, por ainda se estarem a registar casos ocasionais de covid-19. A decisão foi entendida como um meio de impedir que se assinale o levantamento na Praça Tiananmen de Pequim e a sua repressão.

A cada 4 de Junho, juntam-se em Hong Kong dezenas de milhares de pessoas numa vigília que é a maior manifestação a assinalar a repressão em Pequim em 1989, quando as tropas chinesas avançaram sobre os protestos pró-democracia e dispararam contra os manifestantes, sobretudo estudantes, na grande praça central da capital chinesa.

A Hong Kong Alliance in Support of Patriotic Democratic Movements of China (aliança de apoio ao movimento democrático na China), que promove a vigília, anunciou que vai reunir nesta terça-feira à noite para decidir os planos a adoptar. Na China, é proibido assinalar a data e a praça é vedada.

O governo da região de administração autónoma de Hong Kong disse que mantém a proibição de concentrações públicas com mais de oito pessoas por mais duas semanas; a medida devia expirar na quinta-feira. 

Banhos públicos, bares de karaoke e clubes nocturnos vão manter-se encerrados por mais duas semanas, mas os serviços religiosos vão ser retomados com cautelas. Bares, cinemas e ginásios reabrem na cidade antes do fim do mês de Maio.

“Só temos em consideração a saúde pública”, disse a secretária da Saúde, Sophia Chan.

A 13 de Maio a cidade reportou o seu primeiro caso de covid-19 em mais de três semanas. As autoridades ainda estão a investigar a sua origem, já que não se trata de um caso importado. Hong Kong teve, até ao momento, 1056 casos e quatro mortes.