Paul Theroux: “Lamento os diletantes e os teóricos da viagem, admiro os que assumem o risco”
Aos 79 anos, continua a viajar e a escrever sobre lugares desaconselhados pelos guias turísticos. Uma digressão através do México profundo, desqualificado por Trump, é o seu mais recente título e o ponto de partida para uma entrevista onde o escritor viajante fala em criar patos e fazer amor com a mulher. Almeida Garrett e Eça de Queirós também entram na equação de um escritor para quem viajar começa e acaba sempre com livros.
Paul Theroux editou The Great Railway Bazaar (O Grande Bazar Ferroviário) em 1975, um relato de quatro meses de viagem em vários comboios desde Londres até ao Sudeste asiático e de regresso no Transiberiano. Foi um inesperado sucesso de vendas num género então meio adormecido, antecipando a eclosão de uma nova fornada de jovens autores, que se veio associar à então renascida revista universitária Granta de Oxford. Autores como Bruce Chatwin, Colin Thubron, ou o próprio Paul Theroux lançaram então relatos de viagens que se revelaram triunfos literários, mas também sucessos de vendas, que criaram apetite para viajar e novos modelos de escrita. Theroux especializou-se em jornadas longas e lentas de comboio, que se tornaram em clássicos instantâneos como The Old Patagonian Express (O Velho Expresso da Patagónia) em 1978, Riding the Iron Rooster em 1988, ou Ghost Train To The Eastern Star (Comboio Fantasma para o Oriente) em 2008.
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