Covid-19: Londres vai limitar circulação de carros na cidade durante o desconfinamento
O presidente da câmara da cidade, Sadiq Khan, disse que a proibição serve para prevenir que o trânsito e a poluição na cidade aumentem substancialmente. E para evitar que, para evitarem transportes públicos, todos usem carro.
Londres terá menos carros do que nunca durante o desconfinamento. O presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan, anunciou nesta sexta-feira que algumas zonas da capital britânica estarão com acesso limitado, para as pessoas terem maior liberdade para caminhar e andar de bicicleta.
Algumas das zonas mais icónicas da cidade, como a London Bridge, estarão fechadas a viaturas. Apenas transportes públicos e pessoas a pé ou de bicicleta poderão utilizar estes espaços.
Mas as autoridades londrinas já avisaram que não vão ficar por aqui e planeiam estender restrições a automóveis particulares a várias zonas da cidade.
Sadiq Khan disse que a pandemia confronta a cidade com “o maior desafio à rede de transportes na história da cidade” e reforçou que estas mudanças “implicarão um esforço monumental por parte de todos os londrinos para manter o distanciamento social em transportes públicos, à medida que as medidas de confinamento são levantadas”.
Segundo a empresa de transportes de Londres, a necessidade de manter os dois metros de distância em transportes públicos irá obrigar a que os autocarros e o metropolitano viajem com apenas 13% a 15% da sua lotação. A empresa também diz que a utilização do metro caiu 95% desde o início do confinamento, em Março, e o número de viagens de autocarro caiu 85%.
Khan avisa que a proibição de circulação de automóveis particulares serve para prevenir que o trânsito e a poluição na cidade aumentem substancialmente.
“Temos de manter o número de pessoas que usam transportes públicos o mais baixo possível. E não podemos ver viagens que antes eram feitas em transportes públicos serem feitas com carros, porque as nossas estradas ficariam imediatamente bloqueadas e a poluição no ar cresceria”.
Também serão aplicadas medidas para aumentar impostos de circulação em certas zonas da cidade. O dinheiro recebido com essas medidas será utilizado para apoiar o serviço nacional de saúde britânico.
Khan planeia que “a recuperação da cidade seja verde”, para quem “uma crise pública não seja substituída por outra”. O presidente da câmara de Londres admite que a transição “não será suave”, mas reafirma que “é fundamental repensar como vivemos a vida nesta cidade”.
Outras capitais mundiais, como Madrid e a Cidade do México, também têm introduzido medidas para incentivar uma maior utilização de bicicletas e mais deslocações a pé. Mas a medida em Londres é, segundo o jornal The Guardian, uma das primeiras que limita completamente a circulação automóvel.
As obras em Londres para impedir a circulação automóvel deverão estar concluídas durante as próximas seis semanas.