CP volta a permitir bicicletas nos comboios na próxima semana
Transporte de velocípedes era proibido desde 23 de Março, e vinha sendo exigido por várias organizações e por uma petição online. Volta a ser permitido a 18 de Maio.
A CP volta a permitir o transporte de bicicletas em vários dos seus serviços a partir de segunda-feira, pondo fim a uma suspensão deste serviço que vigorava deste dia 23 de Março. Nas últimas semanas, várias vozes vinham questionando a manutenção da proibição numa altura em que o país deixava o estado de emergência e muitas pessoas retomavam as suas rotinas. A empresa ainda não o anunciou publicamente mas, na linha de informação ao cliente, é essa a data assumida para a reposição do serviço, constatou o PÚBLICO.
Esta semana foi criada uma petição online, que esta sexta-feira de manhã contava com 255 assinaturas de cidadãos pedindo ao ministro das Infra-estruturas, Pedro Nuno Santos, que tutela a empresa, que intercedesse junto da empresa, de forma a pôr cobro a esta suspensão. “No dia 4 de Maio, foi alterado o estado de emergência para estado de calamidade. Previa-se por parte da CP uma mudança de estratégia referente aos seus clientes utilizadores de bicicleta. Uma medida que seria importantíssima para a sociedade, pois um utilizador de bicicleta contribui para a prevenção de grandes aglomerados em outros transportes públicos dentro das grandes cidades, como o metro e autocarro”, argumentam.
Esta semana, a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta alertou o ministro para o problema. E Esta sexta-feira também a Mubi - Associação para a Mobilidade Urbana em Bicicleta, revelou ter pedido uma audiência a Pedro Nuno Santos e ao secretário de Estado das Infra-estruturas e à administração da CP, para os convencer da necessidade de terminar com a suspensão do serviço. “A intermodalidade da bicicleta com os transportes públicos é, para muitas pessoas que agora retomam as suas deslocações pendulares, uma das melhores alternativas ao uso do automóvel individual. Contribui para o descongestionamento das cidades, para a redução da poluição do ar, factor associado a taxas mais elevadas de mortalidade por covid-19, e para a resiliência dos sistemas de transporte”, argumenta esta organização.
Num comunicado enviado à imprensa, a Mubi recorda que “a utilização da bicicleta proporciona, ainda, actividade física, o que reforça o sistema imunitário e reduz os riscos de várias doenças, como diabetes e obesidade. E, por isso, deve ser estimulada ao invés de criados impedimentos ao seu uso. E acrescenta que a própria organização Mundial de Saúde recomenda, “sempre que possível”, a sua utilização nas deslocações necessárias durante a pandemia de covid-19.
Atendendo ao que se está a passar noutros países, esta organização alerta ainda para uma outra questão: “perante o expectável aumento na procura dos transportes públicos por utentes que precisam de transportar bicicleta, os operadores devem preparar-se para aumentar a capacidade de transporte de bicicletas, e nunca o oposto”.