Sem bens essenciais e com regresso complicado: os efeitos da covid-19 nos Erasmus portugueses
Estudo, promovido pela Erasmus Student Network, baseia-se nas respostas dadas por milhares de estudantes universitários a um questionário, cujo objectivo era aferir qual o impacto do surto do SARS-CoV-2 na experiência de mobilidade. Das conclusões, destaca-se a preocupação com as questões económicas e académicas, assim como a incerteza motivada pela pouca informação disponibilizada.
Não eram turistas nem residentes nas cidades onde realizavam mobilidade, pelo que, durante a expansão da pandemia do novo coronavírus na Europa, foram muitos os estudantes internacionais que experienciaram episódios de “racismo, exclusão e ansiedade”. Esta é apenas uma das conclusões que emerge do estudo internacional levado a cabo pela Erasmus Student Network (ESN) sobre o impacto da crise sanitária nos estudantes em mobilidade, que também se debruça, com mais detalhe, sobre o caso português – jovens provenientes de universidades nacionais a estudar fora do país e estrangeiros a estudar em Portugal. Foram analisadas questões como o impacto económico, a situação académica em que se encontravam, a quantidade de informação que tinham ao seu dispor e, acima de tudo, a incerteza perante a falta de respostas.
Tendo por base 1650 respostas de alunos de universidades portuguesas ao inquérito Impact of covid-19 on Student Exchange in Europe, realizado em finais de Março, foi possível apurar que 51,3% destes estudantes optaram por regressar a casa, enquanto 28,5% permaneceram no país de acolhimento. Uma parte significativa, 7,1%, não teve sequer oportunidade de iniciar a sua mobilidade, ao passo que 2,2% dos inquiridos afirmaram estar retidos ou incapazes de fazer a viagem de regresso.
No que diz respeito à componente académica, a maioria, 56,1%, decidiu dar continuidade ao programa de mobilidade. Os cancelamentos ocorreram em 28,2% das situações, tendo a decisão partido dos próprios estudantes (13,4%), das universidades de acolhimento (8,4%) e das universidades de origem (6,4%). A estas tomadas de decisão não terão sido certamente alheios os esforços das instituições de ensino em prosseguir com as actividades lectivas. De acordo com os dados recolhidos, o ensino online à distância foi a solução oferecida a 78% dos inquiridos, ainda que apenas em 46,3% dos casos tenha sido providenciada na totalidade. A 12,5% dos inquiridos não foi dada nenhuma alternativa, pelo que o cancelamento ou o adiamento das aulas foi a via escolhida pelas universidades.
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